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PT lança Mercadante ao governo de SP com crítica ao PSDB

Em evento marcado por críticas às gestões do PSDB no Estado e no país, o PT de São Paulo lançou, neste sábado (24), as pré-candidaturas do senador Aloizio Mercadante, ao governo, e da ex-prefeita Marta Suplicy, ao Senado. “Quem governou São Paulo por três décadas não preparou São Paulo para o futuro", disse a pré-candidata à presidência Dilma Rousseff.

Dilma lembrou que o mesmo grupo político governa o Estado desde 1983, ou seja, há 27 anos "Quem tem 30 anos, não conhece outra experiência de governo. O que esse governo fez para o futuro?", perguntou Dilma à militância presente no evento. “São Paulo merece mais, precisa desse novo jeito de governar, com visão social, de futuro, com visão humana. A palavra é humana", afirmou.

Citando o Rodoanel, a pré-candidata à presidência destacou a participação do governo Lula em obras que a gestão de José Serra – atual governador e seu adversário na disputa pela presidência – tenta capitalizar sozinho. "Foram aplicados R$ 1,12 bilhão. Esse dinheiro saiu do governo federal", afirmou. A pré-candidata também citou a expansão do Metrô e obras de saneamento nas favelas de Heliópolis e Paraisópolis.

Dilma também criticou a política educacional do governo Serra e o fato de o tucano ter-se recusado a negociar um aumento de salários com professores grevistas. "A educação de qualidade só acontece quando os professores são bem remunerados e têm acesso à educação universitária continuada", disse.

Ela também comparou os governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, recordando que, durante os oito anos da gestão tucana, o país viveu sob a tutela do Fundo Monetário Internacional. "Era proibido subir o salário mínimo. Era proibido criar novos empregos, e agora não é", disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presença mais esperada, não compareceu ao evento, mas enviou uma carta que foi lida pelo líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Lula disse que é testemunha da dedicação de Mercadante ao PT e afirmou que tem "compromisso" com as candidaturas dele, de Marta e de Dilma. "Serei militante desta campanha que já começa vitoriosa", escreveu na carta.

Já a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, afirmou que São Paulo nunca teve a chance que tem hoje de eleger o governo petista. "O PT mostrou competência no governo da República e podemos trazer essa experiência para São Paulo. A eleição vai ser vencida aqui. O PT tem compromisso com a população paulista".

O discurso de Mercadante encerrou o evento. Embora tenha iniciado sua fala dizendo que não "falaria mal de ninguém", o senador petista expôs as falhas da gestão dos tucanos no Estado. Os principais pontos abordados por Mercadante foram em relação à segurança pública, à educação e ao transporte, temas que deverão permear sua campanha.

Ele citou uma pesquisa que aponta que os paulistanos gastam 2 horas e 43 minutos por dia no trânsito da cidade. "São 35 dias perdidos no ano. Perdemos um mês por ano de nossas vidas." Ele disse ainda que pretende "interiorizar" o desenvolvimento do estado de São Paulo, caso eleito governador. 

"No estado, 63% da economia está em só três regiões: Grande São Paulo, Baixada Santista e Campinas", afirmou ele. "Já nas outras centenas de municípios do interior, o que vemos é redução demográfica. A população sai de lá por falta de oportunidade."

Emocionado e com a voz embargada, ele disse que teve que abrir mão da companhia dos filhos por diversas vezes para se dedicar à vida política. Ele lembrou que o PT em São Paulo possuía vários nomes colocados para a disputa ao governo como o senador Eduardo Suplicy, o ex-ministro Antônio Palocci e o prefeito de Osaco, Emídio de Souza.  

Mercadante agradeceu a eles e contou que muitas vezes é questionado sobre o porquê de ter abdicado de uma campanha à reeleição no Senado para enfrentar a disputa pelo governo em São Paulo. "Alguns me dizem: ‘mas Mercadante, você tinha uma eleição mais fácil para o Senado’. Mas desde quando a gente fundou esse partido, o melhor caminho, para nós, nunca foi o caminho mais fácil", afirmou, dizendo que não impôs nenhuma condição para ser candidato.

Com agências