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Com amplo apoio no Norte, Dilma trabalha pela unidade da base

A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, conta com expressivo apoio político no Norte do país, mas encontra dificuldades de montar palanque único nos estados como deseja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A situação mais confortável encontra-se no Amapá onde o atual governador Pedro Paulo de Carvalho (PP) vai receber o poio do PT, PCdoB e do PMDB dos senadores José Sarney e Gilvan Borges.

Nos demais estados a situação é complicada. No Amazonas, por exemplo, o quadro que se desenha é a existência de dois palanques para Dilma. O PT decidiu no domingo (25) apoiar a candidatura do ex-ministro do Transporte, Alfredo Nascimento (PR). Com isso, entregou as secretarias que possuía no Governo de Omar Aziz (PMN), candidato apoiado pelo ex-governador Eduardo Braga (PMDB).

Mesmo com esse quadro, a ex-ministra trabalha pela unidade de todas essas forças políticas num único palanque e uma chapa ao Senado formada pelo ex-governador Braga e a deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB). Este quadro seria o ideal para derrotar o principal aliado de José Serra no Estado, o atual senador Arthur Virgílio, que tentará a reeleição.

O jornal amazonense A CRÍTICA fez levantamento em toda a região e revelou que a situação não é diferente no Pará. O PT trabalha para obter o apoio do deputado federal Jáder Barbalho (PMDB) para a reeleição da governadora Ana Júlia Carepa. Porém, analistas locais avaliam que ele pode definir por uma candidatura própria, disputar uma vaga no Senado ou até mesmo apoiar o ex-governador Simão Jatene, do PSDB. Ou seja, a situação está indefinida.

Reduto petista

No Acre, que em tese seria o Estado com menos problemas devido a hegemonia petista no Governo, Dilma Rousseff pode até não subir no palanque do senador Tião Viana, candidato do partido ao governo. A pré-candidata do PV, Marina Silva, ainda busca o apoio dos Vianas. “A possibilidade de Lula e Dilma não pisarem no Acre é grande para não causar constrangimento à senadora Marina, querida pelo povo acreano”, diz um assessor de Tião Viana.

“Sem a presença do PMDB, adversário histórico dos petistas, o palanque do Acre traz ainda o ex-governador Jorge Viana (PT) e o presidente da Assembléia Legislativa, Edivaldo Magalhães, do PCdoB, para o Senado. Eleito pelo PSB, em 2002, o senador Geraldo Mesquita (PMDB) já declarou apoio a José Serra. No entanto, os tucanos não marcharão com os peemedebistas.”

A base também encontra-se dividida em Rondônia com as candidaturas do deputado federal Eduardo Valverde, do PT, e do ex-prefeito de Ariquemes, Confúcio Moura (PMDB). O senador Valdir Raupp, vice-presidente nacional do PMDB, diz que não abre mão da candidatura e pressiona Dilma para que Valverde seja o candidato a vice.

No Estado, o governador João Cahulla, concorre a reeleição com o apoio do ex-governador Ivo Cassol (PP). Eles já anunciaram que vão pedir voto para Dilma.

Em Roraima, o líder do Governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), indica que deve apoiar a reeleição do governador José Anchieta Júnior (PSDB) frustando a perspectiva do PT local que tende a apoiar a candidatura do ex-governador Neudo Campo (PP), caminho defendido pela deputada federal Ângela Portela. O senador Augusto Botelho (PT) prefere seguir a orientação de Jucá.

PT e PMDB em Tocantins também enfrentam problemas. “O governador Carlos Henrique Amorim, o Carlos Gaguim, eleito indiretamente em outubro de 2009, no lugar do governador cassado, Marcelo Miranda, vai para reeleição enfrentar o ex-prefeito de Porto Nacional, Paulo Mourão, do PT. O ex-governador Siqueira Campos, do PSDB, também está no páreo, apoiado pelo DM, PP e PR”, diz o jornal amazonense.

Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia