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Na crise, capital estrangeiro busca segurança e foge do Bovespa

Os investidores estrangeiros retiraram R$ 319,305 milhões da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) na última quarta-feira, dia 5. Naquele pregão, o índice Bovespa (Ibovespa) terminou o dia em alta de 0,07%, aos 64.914,17 pontos, com giro de R$ 7,883 bilhões.

Nos três primeiros pregões de maio, o saldo de capital externo na bolsa ficou negativo em R$ 892,480 milhões. As compras totalizaram R$ 6,096 bilhões e as vendas, R$ 6,989 bilhões. No acumulado de 2010, o déficit de recursos estrangeiros na Bovespa está em R$ 2,174 bilhões.

O pânico que tomou conta dos mercados em todo o mundo na quinta (6) deve ter acelerado o processo de fuga de capitais, característico do fluxo errático dos investimentos estrangeiros em momentos de crise.

Vulnerabilidade

De acordo com dados da Associação Brasileira de Entidades de Mercado (Anbima) o estoque de ações e títulos de renda fixa brasileiros em mãos de estrangeiro atingiu 528 bilhões de reais em março, cerca de R$ 140 bilhões a mais do que em setembro do ano passado e também bem acima do total de R$ 370 bilhões registrados antes da crise do Lehman Brothers, em janeiro de 2008.

Esta evolução, estimulada pelo crescimento da economia e pelos lucros fáceis propiciados pelos juros altos que remuneram os títulos brasileiros, deixou a economia ainda mais vulnerável ao mau humor do capitalismo internacional. São investimentos de curto prazo com alto teor especulativo e muita volatilidade, que entram e saem do país praticamente ao bem prazer. Para evitar maiores dissabores, o governo deveria impor um controle mais rigoroso sobre o movimento de capitais e as remessas de lucros e dividendos.

Da redação, com agências