Dólar sobe pelo 5º dia seguido
A instabilidade do mercado internacional empurrou o dólar para a quinta alta consecutiva ante o real nesta quarta-feira (19), em um ambiente dominado por rumores e desmentidos vindos da Europa. A moeda americana subiu 0,88%, para R$ 1,838. É a maior cotação de fechamento desde o dia 7.
Publicado 19/05/2010 19:12
No mês, a divisa tem alta de 5,75% e, no ano, de 5,45%. Enquanto o mercado brasileiro encerrava as operações, o Ibovespa caía 2%, abaixo dos 60 mil pontos e no menor patamar do ano, e outras moedas emergentes, como o peso mexicano, também recuavam cerca de 1%.
O mau humor começou logo cedo, em reação à iniciativa da Alemanha de proibir a venda a descoberta de títulos de governos da zona do euro e de outros ativos, anunciada na véspera.
O euro até assumiu uma direção contrária ao restante do mercado, valorizando-se mais de 1% em relação ao dólar e afastando-se das mínimas em quatro anos. O movimento, no entanto, era baseado em especulações.
No começo, operadores comentavam a possibilidade de uma intervenção do BCE para valorizar a moeda. A autoridade monetária não se pronunciou a respeito. Mais tarde, circularam rumores de que a Grécia estudava deixar a União Europeia. O país negou "categoricamente" essas especulações.
No Brasil, dados do Banco Central mostraram que a crise ainda não afeta com gravidade o fluxo de capitais para o País, que continua positivo neste mês, ainda que em um montante menor. No mês, até o dia 14, entraram no País US$ 2,736 bilhões em termos líquidos, principalmente no setor comercial.
"Não há rigorosamente demanda pressionando a formação do preço da moeda americana", disse Sidnei Nehme, economista ediretor-executivo da NGO Corretora, em relatório.
Ele atribui a alta do dólar no mês à dinâmica do mercado futuro, em que os estrangeiros mantêm-se protegidos com uma posição comprada de US$ 290 milhões, e afirma que os bancos, com mais de US$ 6 bilhões em posições vendidas, apostam na volta do dólar a patamares mais baixos.