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Expectativas econômicas pioram no Brasil e na China, diz FGV

Brasil e China apresentaram queda entre janeiro e abril no ICE (Índice de Clima Econômico), elaborado pelo Instituto alemão Ifo e pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e divulgado nesta quarta-feira. Em ambos os casos, a piora foi devido ao indicador que mensura as expectativas para os próximos meses.

No Brasil, o ICE caiu de 7,8 para 7,3 pontos nesse período, com o IE (Índice de Expectativas) indo de 7,8 para 6,4 pontos no mesmo intervalo. Já no país asiático, o ICE passou de 6,3 para 6,0 pontos, com o indicador de expectativas indo de 7,4 para 6,5 pontos.

A sondagem monitora e tenta antecipar as tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. Entre os BRICs, a Índia aparece com o ICE no patamar mais elevado –8,2 pontos ante 6,8 anteriormente. A Rússia também melhorou o seu ICE, indo de 5,0 para 5,7.

América Latina

A América Latina permanece em fase de recuperação no relógio do ciclo econômico, segundo o estudo, com o ICE estável em 5,6 pontos nesse intervalo, devido à combinação da elevação do ISA (Índice da Situação Atual) –de 4,0 pontos para 4,7– e de queda do IE (Índice de Expectativas), de 7,1 para 6,4 pontos.

Influenciado pela crise da Grécia e as incertezas sobre o efeito em outros países da zona do euro, a média mundial do ICE passou de 5,5 para 5,8 pontos, também com melhora na avaliação da situação atual (de 3,6 para 4,3 pontos) e leve piora nas expectativas (7,4 para 7,2 pontos).

União Europeia

Na União Europeia, a melhora na avaliação da situação atual compensou a piora das expectativas nos principais países desenvolvidos, com a combinação elevando o ICE de 5,0 para 5,1 pontos.

Na sondagem de abril, houve queda do ICE em outros quatro países da América Latina, além do Brasil: Argentina, Chile, Equador e Venezuela. No caminho inverso, houve aumento em cinco: Bolívia, Colômbia, México, Peru e Uruguai.

No Chile, a queda decorreu da piora das avaliações sobre o presente e das expectativas. No Brasil, apenas as expectativas pioraram. Esses dois países se diferenciam dos demais que apresentaram redução, destaca o estudo, por estarem na fase de boom do ciclo econômico, enquanto Equador e Venezuela continuam em recessão e a Argentina, em processo de lenta recuperação.

Queda generalizada

Com exceção da Bolívia, que manteve o índice inalterado, o indicador de expectativas teve uma queda generalizada nos países latinos, seguindo o comportamento mundial. Ainda assim, de acordo com o estudo, "não deve ser esperada uma reversão do ciclo econômico que leve os países de volta para a recessão".

A maior variação ocorreu na Venezuela, com redução de 4,4 para 2,7 pontos, seguido do Brasil. Na avaliação da situação atual, houve queda em quatro países: Argentina,Chile, Equador e Venezuela. No Brasil, houve elevação de 7,7 para 8,1 pontos.

Fonte: Valor