Sem categoria

Crise na Europa continua apavorando as bolsas; Ibovespa caiu 2,5%

Os investidores continuam assustados com os rumos da crise da dívida externa que sacode a União Europeia e ameaça a sobrevivência do euro, segundo a chanceler alemã Angela Merkel. Esta quinta-feira (20) foi mais um dia amargo para as bolsas em todo o mundo. O Ibovespa (principal índice da bolsa de valores paulista) caiu 2,5%, pela sexta vez, fechando em 58.192 pontos, seu menor nível desde 9 de setembro de 2009. O dólar também subiu e chegou perto de R$ 1,90.

Os vendedores não dão trégua para os mercados de ações no mundo. O comportamento da Bovespa segue o de outros mercados de capitais no mundo e é reflexo de uma sequência diária negativa de notícias. A principal desta quinta, segundo operadores, é o anúncio de que toda a Europa pode seguir a Alamanha e adotar medidas restritivas a determinadas operações financeiras, como as vendas a descoberto.

Novas quedas

A situação é ruim e faz muitos analistas grafistas projetarem novas quedas, que levariam o Ibovespa a um piso de 52 mil pontos no curto prazo, o que significa uma queda 10,5% em relação ao patamar atual. No ano, o Ibovespa cai 13%. A perda em uma semana é de 8,5%.

Para José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, o piso do curto prazo está nos 55 mil pontos. Ele não acredita, no entanto, que o Ibovespa cairá e se manterá nesse patamar mais baixo. O crescimento previsto da economia brasileira faz com que as projeções para o mercado de ações local sejam melhores.

Impasse

A Europa vive um impasse. Diante da crise da dívida que afeta especialmente a Grécia, Portugal e Espanha, a resposta ditada pelo FMI e a União Europeia consiste no corte de gastos públicos e salários, o que configura um desmantelamento do chamado Estado de Bem Estar Social.
Esta estratégia despertou forte oposição da classe trabalhadora, que tem realizado grandes manifestações e greves gerais contra as medidas anunciadas por seus governos, o que pode inviabilizar os pacotes. Além disto, muitos economistas acreditam que os pacotes de ajuste vão piorar a situação, pois bloqueiam a via da recuperação econômica, deprimindo o consumo e desestimulando a indústria e o comércio.

De todo modo, a persistência da crise e a notável instabilidade das bolsas causa apreensão não só na Europa como em todo o mundo. A desvalorização das ações acaba resvalando para a chamada economia real e pode reverter o processo de recuperação do comércio exterior e reduzir o crédito internacional, abrindo caminho à recessão.

Bolsas Internacionais

Outro fator que pesou nas Bolsas por volta do meio dia foi a divulgação de dados piores do que o esperado nos Estados Unidos. As bolsas da Europa aprofundaram as perdas após a notícia e fecharam em queda generalizada. Nos EUA, por volta de 17h30, Nasdaq caía 4,11%, Dow Jones recuava 3,60% e S&P 500 perdia 3,90%.

O Departamento de Trabalho dos EUA informou que o número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego subiu 25 mil, para 471 mil, após ajustes sazonais, na semana até 15 de maio. O dado veio muito pior do que o esperado pelos economistas, que previam queda de 4 mil pedidos.

Na Ásia, a queda em Wall Street da quarta-feira e a continuação das preocupações com a zona do euro provocaram novas baixas. A Bolsa de Bangcoc, na Tailândia, não abriu por causa da violência local.

A Bolsa de Hong Kong teve o pior fechamento desde 8 de fevereiro. As perdas só não foram maiores por conta da presença de investidores em busca de ofertas de ocasião no peso pesado HSBC. O índice Hang Seng caiu 33,15 pontos, ou 0,2%, e terminou aos 19.545,83 pontos – na semana, o índice acumulou declínio de 3%.

Dólar em alta

O dólar subiu pelo sexto dia seguido e se aproximou da cotação de R$ 1,90. No fechamento, valia R$ 1,861 para venda, após uma alta de 1,25%.

Da redação, com agências