Na OEA, Brasil trabalhará na busca de desaparecidos do Araguaia
O representante da secretaria especial de Direitos Humanos do Ministério das Relações Exteriores (MRE) Carlos Eduardo Oliveira assegurou hoje que uma comissão formada por várias instituições trabalha na busca de 70 pessoas desaparecidas na repressão à guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1975. O caso está sendo julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede na Costa Rica.
Publicado 22/05/2010 17:01
Oliveira disse que a comissão de busca foi criada em 2009 e, até o momento, localizou 12 corpos, dos quais dois foram identificados. "O Estado reconhece que é sua obrigação empreender esforços para identificar os corpos e garantir às vítimas o direito de saber a localização dos restos mortais de seus parentes para que possam ser sepultados", disse o representando do MRE.
No entanto, os familiares dos desaparecidos afirmam que a comissão criada em 2009, depois da apresentação da denúncia na corte da Organização dos Estados Americanos (OEA), não deu resultados satisfatórios.
Oliveira assegurou que o Estado reconheceu anos atrás sua responsabilidade pelos desaparecimentos durante a ditadura militar e ofereceu reparação aos familiares das vítimas do caso debatido na corte.
"O Estado continua fazendo esforços por diferentes mecanismos para o resgate da memória" (dos desaparecidos), disse Oliveira, ao referir-se a um projeto de lei que busca criar uma comissão da verdade. A comissão terá a missão de "identificar clara e precisamente as circunstâncias em que foram cometidas violações dos direitos humanos e a identificação dos responsáveis", disse.