Sem categoria

Coreia do Norte rompe com o Sul; permanece estado de alerta

A República Popular Democrática da Coreia anunciou nesta terça-feira que rompeu todas as relações com a Coreia do Sul, de acordo com informações divulgadas pela agência norte-coreana KCNA.

O governo do país informou que cortará todos os meios de comunicação com Seul e não permitirá a passagem de navios sul-coreanos e rotas de companhias aéreas por seu território. Os trabalhadores sul-coreanos de uma fábrica conjunta ao norte da fronteira serão retornados ao Sul.

O movimento seria uma resposta às acusações de que a Coreia no Norte teria afundado uma corveta da Marinha de Guerra sul-coreana e também ao anúncio dos governos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul do início de exercícios militares navais ao longo da costa da península.

Os Estados Unidos vão participar em dois exercícios navais ao longo das costas da Coreia. Os exercícios resultam do súbito agravamento da tensão entre as duas Coreias. A Coreia do Norte, por seu lado, colocou seu exército em estado de alerta desde quinta-feira passada e acusou a Coreia do Sul de ter violado suas águas territoriais nesta segunda-feira (24)

Bryan Whitman, porta-voz do Departamento da Defesa dos EUA, não deu detalhes sobre a data das manobras militares nem sobre o número de vasos de guerra envolvidos. "Considerando este incidente particular, ambas as ações são importantes, a bem de um sólido fundamento da nossa colaboração e da dissuasão", discursou.

Estados Unidos e Coreia do Sul se apressam para apresentarem um projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU que responsabilize a RPDC pelo suposto torpedeamento da corveta sul-coreana Cheonan, ocorrido em 26 de março no Mar Amarelo. No incidente 46 marinheiros sul-coreanos perderam a vida.

Segundo "investigação" organizada pelos Estados Unidos e Coreia do Sul, a corveta teria sido afundada por um torpedo norte-coreano. A RPDC desmentiu de forma enérgica qualquer participação no caso.

As autoridades da RPDC sustentam que as conclusões do inquérito foram fabricadas pela Coreia do Sul, a serviço de uma escalada contra o governo norte-coreano e que essa escalada colocou os dois Estados "próximos da guerra".

A secretária de Estado norte-americana, Hillarry Clinton, em visita a Pequim, tenta obter apoio da China à condenação contra a Coreia do Norte, mas Pequim rebateu afirmando que vai fazer sua própria avaliação sobre o caso do Cheonan e pdeiu às duas partes que contenham qualquer ímpeto belicoso.

Boicote comercial e apelos à deserção

A Coreia do Sul, com o apoio dos Estados Unidos, já tomou medidas contra o Norte. A mais grave é a suspensão do intenso intercâmbio comercial entre as duas partes da Coreia, anunciada pelo líder do regime sul-coreano Lee Myung-Bak.

As propagandas de rádio destinadas à Coreia do Norte foram retomadas a partir de segunda-feira, após uma interrupção de seis anos. Na fronteira foram instaladas dezenas de alto-falantes e painéis, conclamando que os soldados norte-coreanos desertem e traiam seu país.

A RPDC desmentiu que tenha responsabilidade no naufrágio ou afundamento da corveta sul-coreana. O vice-ministro da Defesa Nacional, O Kuk Ryol, citado pela France Press, afirmou na rádio nacional que " os EUA e a Coreia do Sul tentam vingar-se implicando-nos no incidente do Cheonan. É uma conspiração da América, do Japão e da Coreia do Sul para nos isolar e nos destruir".

Da redação, com agências