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Estados Unidos pavimentam caminho para agredir Irã

O Irã entregou na segunda-feira (24) o acordo fechado entre o país, o Brasil e a Turquia à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU. Em seguida, a mídia começou a repercutir declarações plantadas pelo governo americano sobre o documento. Nesta terça-feira (25), a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, já se apressou a dizer que o acordo está cheio de "lacunas", omitindo os desdobramentos previstos nele sobre a questão.

"Há uma certa quantidade de lacunas que não respondem às preocupações da comunidade internacional", tergiversou Hillary durante o encontro "Diálogo Estratégico e Econômico sino-americano" que acontece durante dois dias em Pequim.

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Na segunda à noite, diplomatas não identificados pela mídia americana teriam apontado "erros" no acordo, referentes ao prazo de enriquecimento do urânio. Segundo eles, não seria possível enriquecer e transformar em combustível nuclear o urânio entregue pelo Irã no prazo estabelecido no acordo, que seria de um ano.

"É tecnicamente irrealizável. Os iranianos querem que o combustível seja produzido no prazo de um ano, mas será necessário ao menos um ano e meio", disse o diplomata, que pediu para não ser identificado.

De forma proposital, o suposto diplomata "esquece" que a troca não estabelece que o urânio enriquecido a 20% tenha de ser o mesmo enviado para a Turquia como prevê o documento.

Desde o anúncio da concretização do acordo, há uma semana, os Estados Unidos, por meio de sua secretária de Estado, têm feito todos os esforços para debilitar qualquer solução negociada.

"Acordo solucionará questão"

Transitando ainda na contra-mão da secretária de Estado americana, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que se o acordo for aceito pela AIEA e realizado com sucesso, terá sido uma medida importante para restabelecer a confiança e iniciar as negociações sobre a questão nuclear iraniana.

Ban fez a afirmação na segunda-feira, após um telefonema ao secretário-geral da AIEA, Yukiya Amano, procurando saber da avaliação do plano pela agência.

O pacto entre Irã, Turquia e Brasil, de 17 de maio passado, foi assinado em Teerã durante visita do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e do chefe do governo turco, Recep Tayyip Erdogan. Prevê o intercâmbio na Turquia de 1.200 quilos de urânio enriquecido a 3,5% contra 120 quilos de combustível enriquecido a 20% repassado pelas grandes potências e destinado ao reator nuclear de pesquisas médicas de Teerã.

Da redação, com agências