IBGE aponta que média salarial do goiano é baixa

Goiás está entre os dez estados brasileiros com a menor média de remuneração no País, segundo o IBGE.

Goiás está entre os dez Estados com a menor média de remuneração do País, segundo o Cadastro Central de Empresas (Cempre) divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados são referentes a 2008 e mostram que as empresas pagaram, em média, 2,8 salários mínimos, o equivalente a R$ 1.162 com base no mínimo da época. O valor está abaixo da média nacional, que é de 3,4 mínimos (R$ 1.411).

 
De 2007 para 2008, o quadro de vencimentos em todo o Estado se manteve estável. Mas considerada apenas a capital, a redução foi de 5,5% – caiu de 3,6 salários mínimos em 2007 para 3,4, em 2008. Por outro lado, houve crescimeto de 5,5% no número de empresas, que passaram de 138 mil para aproximadamente 145,7 mil unidades.
 
A quantidade de pessoas ocupadas no Estado de um ano para o outro subiu de 1 milhão e 173 mil para quase 1 milhão e 250 mil (aumento de 6,6%), conforme o levantamento do IBGE.
 
Segundo o chefe da unidade estadual do IBGE em Goiás, Daniel Ribeiro de Oliveira, a baixa média de salários em Goiás se explica, em parte, pelo número de novas empresas de pequeno porte, que pagam menos que as grandes firmas.
 
Setores
 
Entre os setores com as menores remunerações estão as empresas de comércio e reparação de veículos, que, em média, pagaram 1,9 salário mínimo em 2008.
 
O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio no Estado de Goiás (Seceg), Eduardo Amorim, aponta dois motivos principais que justificam a situação: a heterogeneidade da categoria, com muitos empregados sem qualificação; e a grande rotatividade no setor, com a substituição de funcionários por mão-de-obra mais barata.
 
“No comércio, é raro encontrar empregados com mais de cinco anos de empresa. Muitos patrões preferem treinar os funcionários menos experientes, porque eles cobram os menores salários”, afirma. Amorim destaca ainda que os sindicatos de todo o País empenham esforços para que seja aprovado projeto que regulamenta a profissão de comerciário no Brasil e, com isso, seja criado um piso de três salários mínimos.
 
Para o economista da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Cláudio Henique de Oliveira, embora a remuneração no Estado seja menor que em outras unidades da federação, ela é compatível com o tipo de trabalho ofertado, de menor qualificação. Segundo ele, em termos comparativos, é preciso observar a realidade de cada Estado.
 
“Goiás está em franco desenvolvimento, crescendo em números de empregos, diversificando suas atividades produtivas e mantendo um custo de vida relativamente baixo. Pode ser que alguns setores puxaram esta média para baixo, mas, no geral, ela é positiva”, analisa o economista da Fieg.

Fonte: O Popular (Lídia Borges)