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Dívida italiana bate recorde de 1,8 tri de euros em abril

A dívida pública italiana alcançou o nível recorde de 1,81 trilhão de euros (R$ 3,94 trilhões) em abril, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco da Itália.

A dívida progrediu 0,8% ante março, em que foi de 1,79 trilhão de euros. O montante dos débitos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) no mês não foi informado pelo banco central do país, mas deve chegar a 118,4% este ano, conforme as previsões do governo.

O último recorde em valores absolutos havia sido registrado em outubro de 2009, com 1,80 trilhão de euros. Nesse ano, a dívida pública da Itállia alcançou 115,8% do PIB.

Arrocho fiscal

A pretexto de conseguir maior equilíbrio fiscal e tranquilizar os mercados, o governo liderado pelo neofascista Sílvio Berlusconi adotou em 25 de maio um plano de ajuste de 24,9 bilhões de euros para 2011 e 2012. O propósito é reduzir o déficit público a 2,7% do PIB em 2012 contra 5,3% no ano passado.

O pacote descarrega sobre as costas da classe trabalhadora todo o ônus da crise fiscal. Prevê congelar por três anos os salários dos funcionários, uma redução de 10% dos orçamentos ministeriais e uma contribuição importante das coletividades locais nas medidas de poupança e luta contra a evasão.

Trabalhadores revoltados

As medidas despertaram indignação e revolta entre os trabalhadores e trabalhadoras. Milhares de italianos participaram de manifestações em Roma no último sábado (12) para protestar contra as medidas de austeridade anunciadas.

A manifestação "O peso está todo sobre nossos ombros", promovida pelo maior sindicato da Itália, deve se desdobrar numa greve de um dia marcada para 25 de junho. A Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL) afirma que as medidas de austeridade são injustas, com os cortes recaindo basicamente sobre a classe trabalhadora mais pobre. O grupo sindical tem mais de 6 milhões de membros, mais da metade deles aposentados.

Sacrifício

Estudantes, aposentados, trabalhadores temporários e funcionários públicos fizeram uma passeata pela região central de Roma segurando balões e bandeiras vermelhas. "Há uma parte da população, principalmente funcionários públicos, mas também trabalhadores do setor privado, que estão sustentando praticamente todo o sacrifício", disse Guglielmo Epifani, diretor do CGIL. "Há outra parte do país que não está sendo chamada para fazer os sacrifícios que poderia fazer."

A entidade informou que cerca de 100 mil italianos participaram da manifestação. O protesto foi apoiado pelos comunistas e outros partidos da oposição como o centrista Itália de Valores.

Com agências