Lula e Garcia podem debater em Manaus a questão de Honduras
Aliado dos Estados Unidos na posição favorável ao retorno de Honduras à Organização dos Estados Americanos (OEA), o presidente do Peru, Alan Garcia, pode debater o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta (16), em Manaus. O governo brasileiro defende posição contrária aos EUA e propõe que sejam garantidos os plenos direitos políticos do ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya, deposto por um golpe militar.
Publicado 15/06/2010 13:03
O porta-voz do presidente Marcelo Baumbach não descarta que o problema seja debatido em Manaus. “O que eu posso dizer a vocês é que esse assunto tem sido discutido de maneira completamente aberta e transparente”, disse ele aos jornalistas, ao comentar a viagem do presidente à capital amazonense.
Marcelo Baumbach lembrou que a questão de Honduras já foi discutida na União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e mais recentemente na Assembleia Geral da OEA.
“Em Lima, na Assembleia da OEA, foi constituída uma comissão de alto nível para tratar desse assunto, que tem até 30 de julho para apresentar seu relatório à Assembléia Geral, e o Brasil continua, nesse ponto, com a sua mesma posição de que o novo governo precisa dar condições para que o presidente Zelaya volte ao país em perfeitas condições de segurança”, disse o porta-voz.
Questão energética
Segundo o porta-voz, o encontro dos dois presidentes em Manaus é parte das iniciativas da Aliança Estratégica entre o Brasil e o Peru, lançada em 2003, e que tem contribuído para o estreitamento das relações bilaterais.
“Um dos principais tópicos do encontro é a provável assinatura do acordo de fornecimento de energia elétrica ao Peru e exportação de excedentes ao Brasil, acordo este que iniciará o processo de interconexão das redes elétricas dos dois países e contribuirá para a segurança energética de ambos”, explicou.
O porta-voz disse ainda que o acordo deverá fixar regras gerais para participação brasileira em projetos hidrelétricos no Peru e possibilitar a exportação de parte da eletricidade excedente para o Brasil. “É importante salientar que o documento trará referências a sustentabilidade ambiental das obras.”
Baumbach salientou também que o intercâmbio comercial entre os dois países tem crescido. “Entre 2003 e 2008, as trocas passaram de US$ 724 milhões para US$ 3,3 bilhões. No primeiro quadrimestre de 2010, a corrente de comércio foi de US$ 766 milhões, um aumento de 48,7% em relação ao ano anterior.”
Ele acrescentou que as exportações aumentaram 34,1%, enquanto as importações subiram 92%. “O aumento no presente ano em relação ao mesmo período de 2009, demonstra rápida recuperação das perdas devidas à crise financeira internacional.”
De Brasília,
Iram Alfaia