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Irã veta inspetores que teriam dado informações falsas

O Irã vetou a entrada nesta segunda-feira (21) ao país de dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU argumentando que eles deram informações falsas para um relatório da agência, indicando a falta de equipamento nuclear.

O governo iraniano deixou claro também que outros funcionários da AIEA terão permissão para monitorar as instalações nucleares, desde que não sejam os mesmos anteriormente declarados "persona non grata".

“As inspeções continuarão sem interrupção”, garantiu o representante do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltanieh a imprensa local.

Além disso, Soltanieh ratificou a importância de “mostrar mais vigilância sobre o desempenho dos inspetores para proteger a confiabilidade das informações”, em uma crítica feita a alterações de informações dadas por inspetores à mídia ocidental.

De acordo com a agência de notícias iraniana IRNA, Soltanieh já solicitou oficialmente a substituição dos dois inspetores. A AIEA não se pronunciou nesta segunda-feira, porém confirmou a notificação do Irã sobre a proibição da entrada dos inspetores.

A atitude iraniana é permitida no acordo firmado entre o país e a AIEA que teria capacitado cerca de 200 profissionais para realizar as verificações em caso de desistências ou objeções por parte do governo do Irã. Em 2006, Teerã já havia bloqueado a entrada de outro inspetor da ONU.

"Brasil convenceu Irã"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender o acordo fechado entre Brasil, Turquia e Irã, sobre a troca de combustível nuclear, fechado no último mês.

"O Brasil fez o que tinha que fazer. Precisava o Irã, sentar-se à mesa. Nós fomos lá e provamos que se é capaz de convencer o Irã a sentar-se à mesa. Agora eu acho que os outros resolveram punir o Irã porque quiseram punir o Irã. Acho que nós fizemos o nosso papel".

O presidente falou com jornalistas logo após discursar em evento da 12º Semana Nacional Sobre Drogas.

Acordo foi ignorado por potências

O acordo fechado no último dia 17 de maio em Teerã, por Brasil, Turquia e Irã, estabeleceu a terceirização do enriquecimento de urânio do Irã em território turco. Os iranianos entregariam combustível com 3% de enriquecimento para receber em troca combustível nuclear a 20%.

O acordo foi feito com base na proposta original da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) da ONU e defendido pelos EUA há sete meses, mas foi propositadamente ignorado pelas potências ocidentais.

Da redação, com agências