Cúpula da Alba defende culturas nativas e exploração de recursos
Os presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador) encerraram nesta sexta-feira, 25, a cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba) em Otavalo, Equador, defendendo o reconhecimento de culturas nativas e a exploração de recursos naturais para o desenvolvimento.
Publicado 25/06/2010 18:43

A declaração final, assinada pelos presidentes depois de um grito de "até a vitória sempre" lançado por Correa, ratificou um texto da ONU "sobre os direitos dos povos indígenas" e assumiu um "compromisso contra o racismo" e com "uma sociedade ambientalmente responsável", que proteja a "mãe terra".
No entanto, em seu discurso prévio à assinatura da declaração, Correa criticou parte do movimento indígena equatoriano por se opor à extração de petróleo e minerais em seus territórios com base em "fundamentalismos ecologistas".
"Não podemos deixar de explorar, para fomentar o desenvolvimento", afirmou.
Antes disso, Chávez referiu-se ao futuro novo governo da Colômbia, principal aliado dos Estados Unidos na região.
"Teremos que ver os fatos" para saber se o futuro presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, "vem recuperar o caminho do respeito", disse em seu discurso. "Tomara que ao menos reconheça que foi um erro aquela selvagem, grosseira invasão ao território do Equador", completou.
Os Estados Unidos, enquanto o mundo está voltado para a Copa do Mundo, aproveita para intervir em países como Irã e Coreia do Norte, acusou o presidente venezuelano. Em tom semelhante, Morales advertiu que não "tremerá a mão" para expulsar a agência de ajuda americana USAID caso esta continue "conspirando" contra seu governo."Não tremi a mão ao assinar a expulsão do embaixador americano" da Bolívia, lembrou o presidente boliviano.
Morales disse que "é preciso acabar com o capitalismo e proteger a Terra, a natureza", e afirmou também que "é importante uma aliança das diferentes camadas sociais: indígenas, negros, operários e mestiços".
A declaração final da cúpula surgiu a partir de várias mesas de discussão integradas por funcionários e grupos negros e indígenas da Alba, reunidas desde quinta-feira na cidade de Otavalo, localizada a 60 km ao norte de Quito, a 2.600 metros de altura.
Foram discutidas formas de impulsionar "Estados plurinacionais" e foram feitos diversos chamados, incluindo "evitar que a história continue sendo escrita a partir do modelo europeu ou anglo-saxão" e que "os países tenham políticas ambientais coerentes para proteger os ecossistemas".
Fonte: Terra