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Ibovespa tem pior semana desde o início de maio

Em um dia de baixa liquidez e de volatilidade acentuada, o Ibovespa conseguiu consolidar uma trajetória positiva apenas ao fim do pregão. O desempenho, de hoje, entretanto, não impediu o índice de ter o pior desempenho semanal desde o início de maio.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa subiu 0,32%, aos 61.429 pontos. O giro financeiro atingiu apenas R$ 3,645 bilhões, por conta do último jogo do Brasil na Copa do Mundo.

E após três semanas positivas, o Ibovespa acumulou baixa de 5,24% entre os dias 28 de junho e 2 de julho, no pior desempenho para o período desde a primeira semana de maio (-6,90%).

Em Wall Street, as bolsas não conseguiram subir em nenhum dia desta semana. Hoje, o índice Dow Jones caiu 0,47%, na sétima baixa seguida. Já o S & P 500 e o Nasdaq tiveram a quinta queda consecutiva, ao recuarem 0,47% e 0,46%, respectivamente.

Na semana, o índice Dow Jones acumulou baixa de 4,51%, o Nasdaq recuou 5,92% e o S & P 500 teve decréscimo de 5,03%.

O principal dado analisado pelos investidores nesta jornada se referiu ao mercado de trabalho americano. Em junho, a economia do país perdeu 125 mil postos, um número pior que o previsto, e a taxa de desemprego atingiu 9,5% no período.

Para piorar o humor dos agentes, o Departamento do Comércio americano mostrou que as novas encomendas à indústria do país caíram acima do projetado, ao recuarem 1,4% em maio, depois de um avanço de 1% em abril.

Instáveis, as bolsas americanas chegaram a ensaiar uma recuperação, mas, ao fim do dia, a trajetória negativa voltou a prevalecer sobre o mercado, enquanto o Ibovespa se descolou mais uma vez.

"Embora o cenário externo esteja contribuindo bastante para a Bolsa, os fundamentos internos são positivos. A Bovespa está com valores bem atrativos ao ser comparada com as bolsas internacionais e hoje o Ibovespa conseguiu se firmar em alta ajudado pela Petrobras", observou o assessor da Hera Investimentos, Fernando Campelo.

Na análise gráfica do operador da InTrader Bruno Solano, ao fechar em alta hoje, a Bovespa está antecipando um movimento de correção que pode levar seu principal índice ao patamar de até 65 mil pontos.

"Mas devemos ficar espertos com uma reversão para baixo, que pode levar o índice a cair para o nível dos 58 mil pontos, antes de começar a buscar os 70 mil pontos novamente", apontou.

No mercado corporativo, os papéis com maior giro do dia fecharam em rumos distintos. Enquanto Vale PNA caiu 0,47%, a R$ 38,00, com volume de R$ 369,6 milhões, Banco do Brasil ON teve alta de 1,29%, para R$ 26,50, com giro de R$ 339,4 milhões. Além disso, Petrobras PN teve aumento de 1,20%, a R$ 26,77, e movimentou R$ 270 milhões.

Entre as principais altas do Ibovespa hoje estiveram Mrv ON (3,56%, a R$ 13,38), Rossi Residencial ON (3,52%, a R$ 13,8) e Duratex ON (3,3%, a R$ 17,2).

Já as maiores baixas do índice partiram de Fibria ON (2,44%, a R$ 26,29), Sabesp ON (-2,39%, a R$ 35,53) e Embraer ON (-2,02%, a R$ 9,21).

Fora do Ibovespa, o destaque do dia veio dos papéis ON da Globex, que dispararam 12,78%, para R$ 15. O desempenho dos papéis refletiu o fechamento do acordo entre a Casas Bahia e o Pão de Açúcar, na noite de ontem.

A transação prevê o aumento de capital da Globex em pelo menos R$ 689,8 milhões para a conclusão do processo de fusão com as Casas Bahia.

Para implementar a associação, a Globex vai convocar assembleia para discutir a incorporação das ações da Nova Casa Bahia, sociedade criada pela Casas Bahia mediante ativos, passivos, direitos e obrigações relativos aos negócios de varejo de bens duráveis.

Aprovada essa operação, os sócios da Casas Bahia serão titulares de 47% do capital total da Globex e o Pão de Açúcar ficará com pelo menos 52%, dependendo da participação dos acionistas minoritários.

Na semana, as ações ON da Redecard tiveram a maior baixa do Ibovespa (-12,59%), enquanto os papéis PNB da Copel apresentaram os ganhos mais expressivos (4,57%).

Fonte: Beatriz Cutait, do Valor