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Pacote antissocial do FMI reduz déficit grego e alivia credores

O governo da Grécia, liderado pelo social-democrata George Papandreou, conseguiu reduzir o déficit público em 42% no primeiro semestre deste ano, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (5) pelo ministro de Finanças do país, George Papaconstantinou. A dívida do governo caiu de 19,7 bilhões de euros de janeiro a junho de 2009 para 11,5 bilhões de euros no mesmo período deste ano.

A notícia deve ter provocado alegria e alívio nos círculos da oligarquia financeira, principalmente entre banqueiros alemães e franceses, no FMI, na cúpula da União Europeia e no governo social-democrata da Grécia. Do ponto de vista desta gente, o pacote de arrocho fiscal imposto ao povo grego, que transfere o ônus da crise da dívida externa para a classe trabalhadora, está alcançando o objetivo pretendido, de sanear as finanças e evitar um calote desastroso para bancos e banqueiros.

Trabalhadores pagam a conta

Nos primeiros seis meses de 2010, os gastos do governo caíram 15%, para 30,1 bilhões de euros, enquanto as receitas orçamentárias cresceram 7%, para 23,2 bilhões de euros. É o resultado do corte de gastos, que afetou salários e aposentadorias da classe trabalhadora, associado ao aumento de impostos, que também somou para reduzir o poder de compra (e de consumo) do povo.

De acordo com dados do banco central grego, o déficit orçamentário atingiu 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre, superando a meta de 5,8% do PIB acordada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com a União Europeia para a liberação da ajuda ao país. O governo pretende reduzir o déficit fiscal de 13,6% para 8,1% do PIB neste ano.

Estagnação e desemprego

Para trabalhadores e trabalhadoras a situação piorou e tende a piorar ainda mais. A taxa de desemprego pulou para 11,7% no primeiro trimestre deste ano, o pior resultado em 10 anos, e tende a subir ainda mais em função da estagnação econômica.

O pacote tem caráter recessivo e pode cobrar décadas de desenvolvimento ao país helênico. Especialistas acreditam que a Grécia não vai recuperar o nível de produção pré-crise antes de 2017. Assim, perdem a classe trabalhadora e a nação, que abre mão do desenvolvimento por um programa de ajuste imposto com o único objetivo de garantir os lucros dos credores e impedir prejuízos da oligarquia financeira, que é quem devia pagar pela crise.

Da redação, Umberto Martins, com agências