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Fuga de capitais provoca déficit de US$ 4,3 bi no fluxo cambial

A saída de dólares do país superou a entrada em US$ 4,3 bilhões em junho, o maior valor desde dezembro de 2008, quando saíram US$ 6,3 bilhões, segundo dados do Banco Central. O fenômeno, que resulta da instabilidade decorrente da crise da dívida na Europa e da consequente queda das bolsas, pode criar problemas para o financiamento das contas externas e reduzir o nível das reservas.

O resultado, puxado pelas operações financeiras, reflete, em parte, o déficit em conta corrente, provocado principalmente por remessas de lucros e dividendos das transnacionais, além de gastos com serviços e viagens internacionais. Essas operações responderam por uma saída de US$ 3,5 bilhões.

Os outros US$ 800 milhões se referem ao fluxo de moeda estrangeira no comércio exterior. As operações ligadas a importações superaram as exportações. Também teve papel determinante a saída de dólares promovida pelos investidores que aplicam em ações e títulos de renda fixa (incluindo títulos da dívida pública).

Saldo no semestre

No semestre, o país registra um saldo positivo na área cambial. A entrada de dólares supera a saída em US$ 3,4 bilhões. A maior parte do dinheiro vem de operações financeiras (US$ 2,2 bilhões). O restante, do comércio exterior.

A saída de moeda estrangeira no mês passado não levou o BC a sair do mercado de câmbio. A instituição comprou US$ 1,9 bilhão nos seus leilões diários, valor menor, no entanto, em relação a maio (US$ 4,2 bilhões).

No semestre, o BC adquiriu US$ 14 bilhões, dinheiro que ajudou a elevar as reservas internacionais para o patamar recorde de US$ 253 bilhões.

Os bancos terminaram o mês com uma posição "vendida" em US$ 9 bilhões, acima dos US$ 3,3 bilhões registrados no final de maio.

Com agências