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Risco de calote faz Moddy´s rebaixar nota da dívida portuguesa

Num sinal de que a crise da dívida na Europa ainda não foi devidamente equacionada, a agência de classificação de crédito Moody´s rebaixou a nota da dívida soberana portuguesa em dois níveis, de Aa2 para A1.

A iniciativa, segundo a agência, reflete a preocupação com as contas públicas de Portugal e as fracas perspectivas de crescimento econômico do país. A empresa apontou um enfraquecimeneto da capacidade financeira do governo português, fruto da degração das contas públicas e das débeis perspectivas de crescimento econômico do país, comprometa pelo chamado Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), centrado no corte de gastos públicos, salários e aposentadorias.

As medidas anunciadas pelo governo para sanear as contas públicas, voltadas contra a classe trabalhadora, despertaram indignação no país e motivaram um grande protesto nacional no dia 8 de julho.

Deterioração crescente

No relatório que publicou para justifica a nova nota, a Moody´s cita a "deterioração crescente dos números da dívida do país, como a dívida em percentagem do PIB e a dívida em relação às receitas" para sublinhar que "as perspectivas de crescimento da economia portuguesa permanecem fracas, a menos que as recentes reformas estruturais comecem a dar frutos em médio ou longo prazo".

A notícia provocou reações de representantes do governo e da União Europeia, que chegaram a acusar a agência de classificação de risco de estar mancomunada com os especuladores que apostam contra a economia do país e a moeda europeia (euro), o que, de resto, não parece improvável.

Olli Rehn, comissário europeu para Assuntos Econômicos e Monetários lamentou que "as agências de crédito muitas vezes tenham tendência a ampliar as tendências" da evolução da economia "em vez de antecipá-las".

Em maio, a Moody´s havia alertado para a possibilidade de reduzir a nota soberana de Portugal ante um agravamento das finanças públicas do país e dos desafios que a economia pode enfrentar.

Em abril, a S & P, outra agência de classificação de risco, reduziu o rating soberano de Portugal de A+ para A-. Um mês antes, foi a Fitch que revisou para baixo a classificação da dívida portuguesa, de AA para AA-.

Da redação, com agências