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Conferência Internacional de Aids se inicia em meio a protestos

"Obama mente, a gente morre!", "Sarkozy mente, a gente morre" foram parte das palavras de ordem lançadas esta tarde por cerca de 500 ativistas de distintas partes do mundo nas instalações da 18ª Conferência Internacional da Aids, que acontece em Viena, Áustria, até o dia 23.

Pouco depois das 5h da tarde e em meio a um chuvisco, grupos da sociedade civil, como Médicos sem Fronteiras, redes de trabalhadoras sexuais de diferentes partes do mundo, pessoas com HIV da África e do Leste da Europa e ativistas mexicanas de Católicas pelo Direito a Decidir e Associação em Pró de Servidores, iniciaram um comício na esplanada do Messe Wien Conference Center, sede da reunião, e, com a demanda de dignificar o trabalho sexual, ingressaram no recinto.

Uma visita à Aldeia Global em meio de aplausos e com perguntas sobre quanto custaria uma pílula do tratamento e solicitações para deter o estigma e a discriminação na sociedade, o grupo de ativistas, o qual, a seu passo, somava mais gente ao contingente, seguiu o passo à área de sessões.

As palavras de ordem lançadas no interior do prédio faziam com que pessoas nos salões de sessões saíssem ao corredor para ver o que ocorria. Por sua vez, alguns aplaudiam ao passo do contingente que em cada oportunidade recordava que cada erro na matéria provocava mortes e que o pagamento de 30 centavos de dólar por dia podia por uma pílula podia permitir que a pessoas vivessem.

A parada seguinte do contingente foi a área onde os farmacêuticos e programas nacionais de diversos países contra o HIV têm seus stands informativos. A maior parte das críticas aconteceu no dos Estados Unidos. Neste, colocaram vários decalques que recordavam ao presidente Barack Obama seus compromissos adquiridos durante a campanha.

O contingente seguiu seu caminho até posicionar-se nas imediações do salão principal, onde aconteceria o ato de inauguração. Quatro balões de hélio com o rosto de Barack Obama e diversas palavras de ordem foram colocados no lobby do lugar. Por sua vez, todos os ativistas se deitaram no chão em recordação a todas as pessoas falecidas por causa da epidemia.

Posteriormente decidiram invadir o ato inaugural e tomar o cenário. A princípio, os assistentes pareceram desconcertados, no entanto, ao observar que os manifestantes não paravam com o grito de suas demandas, começaram a aplaudir. Muito depois, Julio Montaner, organizador desta conferência e presidente da Sociedade Internacional de Aids, somou-se às exigências deles.

Desta maneira, tanto ativistas quanto participantes se comprometeram a pressionar o governo da França, sede da próxima reunião do G8 e G20, para que se discuta o tema do Acesso Universal e não continue com a violação aos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV.

"A primeira dama da França, Carla Bruni, comprometeu-se com esta causa e está a favor de uma maior prevenção para erradicar a epidemia. Esperamos que Sarkozy siga o conselho de sua esposa", sentenciou Montaner.

Fonte: Adital