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Premiê chinês refuta afirmações de empresas estrangeiras

As potências capitalistas não parecem satisfeitas com as regras impostas pelo governo chinês aos investidores externos, que reclamam maiores privilégios. Como revela o artigo reproduzido abaixo, as autoridades do país asiático rechaçam os argumentos das transnacionais e lembram que, em contraste com tal chororô, os Investimentos Externos Diretos (IED) continuam em alta e totalizaram US$ 51,4 bilhões no primeiro semestre deste ano, 19,6% a mais do que em 2009.

Por Li Qiaoyi, para o Povo Online

As opiniões de empresários estrangeiros sobre a deterioração do ambiente de investimento multinacional na China não correspondem à verdade, segundo indicou no último fim de semana o premiê chinês Wen Jiabao.

"Um país carente de bom ambiente para o investimento não poderia testemunhar tal afluência de capital estrangeiro", asseverou Wen em uma reunião em Xi'an, província ocidental chinesa de Shaanxi, segundo informou a xinhuanet.com. A chanceler alemã, Angela Merkel, em visita à China, esteve presente à reunião.

O investimento direto estrangeiro (IED) atualizado na China em junho deste ano aumentou em 39,6% com relação aos últimos doze meses, situando-se em US$ 12,5 bilhões, o de nível mais elevado deste ano, segundo informou na semana passada o Ministério do Comércio. A IED aumentou cerca de 19,6%, totalizando US$ 51,43 bilhões no primeiro semestre do ano.

Wen fez as observações em meio às cada vez mais frequentes queixas, por parte de empresas estrangeiras com sede na China, sobre uma suposta piora do clima de investimento no país.

Executivos alemães expressaram preocupação em relação ao seu limitado acesso aos mercados chineses, carências na proteção de patentes e a competição "desleal" que sofrem das empresas locais, de acordo com informações da Reuters.

O relatório de 2010 da organização Investimento Interfronteiras, publicado em 7 de julho pela Corporação Financeira Internacional, membro do grupo do Banco Mundial, disse que a China tem a maior quantidade de limitadores no mundo no que tange à propriedade do capital estrangeiro.

Várias pesquisas publicadas em junho pela Câmara do Comércio da União Europeia na China e, em abril, pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos na República Popular da China, refletiram tais pensamentos, quixando-se sobre a imprevisibilidade do ambiente regulador da China, ao que consideram um dos fatores principais de impedimento das operações empresariais estrangeiras.

De forma geral, o clima de investimento na China segue sendo atraente para o capital estrangeiro, em virtude de fatores que incluem a boa infra-estrutura, a mão de obra eficiente e as cadeias industriais completas, que asseguram o crescimento constante da IED no país inclusive durante a crise, segundo afirmou no último domingo ao Global Times Li Jian, pesquisador da Academia de Comércio Internacional e Cooperação Econômica, do Ministério do Comércio chinês.

O governo também fez esforços para melhorar o clima de investimentos, adotando para isso políticas mais favoráveis, agregou Li.

O Conselho de Estado, gabinete da China, publicou um livro branco sobre essas políticas em abril, dirigido a atrair mais capital estrangeiro, no qual se promete um maior acesso ao mercado nacional para o empresariado de outros países.

Tanto os empresários estrangeiros como os nacionais consideram que estão fazendo frente a uma competição mais feroz no mercado, o que faz supor que o mercado está aberto e que o está sobre bases de igualdade, segundo acredita Li Yajun, diretor do Departamento de Investimentos Estrangeiros do Ministério do Comércio, ao participar de uma coletiva de imprensa na última quinta-feira (15) em Pequim.

Há alguns problemas no clima de investimentos da China, mas o governo continua se esforçando para outorgar um tratamento especial aos empresários estrangeiros, asseverou Li.

Fonte: Li Qiaoyi, pesquisador do Ministério do Comércio da China, para o Diário do Povo Online. Tradução de Humberto Alencar