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Morre a nacionalista porto-riquenha Lolita Lebrón

Dolores "Lolita" Lebrón Sotomayor, a líder nacionalista porto-riquenha, que dirigiu em 1954 um ataque a tiros contra o Congresso dos Estados Unidos para reivindicar a independência de Porto Rico, morreu neste domingo aos 90 anos.

O jornal El Nuevo Día informou em seu site que Lebrón morreu na manhã deste domingo em um hospital em San Juan, devido a um ataque cardíaco. A própria Lolita deixou por escrito os detalhes fúnebres e, segundo sua sobrinha, Linda Alonso Lebrón, serão anunciados uma vez os advogados da família estudem seus últimos desejos.

"É uma grande perda para a família e para Porto Rico. Era uma pessoa que lutou pelo que acreditava até a morte", disse Linda à imprensa.

Ela foi a principal protagonista do ataque violento contra a Câmara de Representantes dos EUA em 1º de março de 1954. A ação visava a “denunciar ao mundo a farsa do Estado Livre Associado”, sistema de gobierno que havia sido fundado em 1952 para tirar Porto Rico da lista de países coloniais. Ninguém morreu no ataque. Lebrón e outros ativistas foram libertados em 1979 após receberem indulto do ex-presidente Jimmy Carter.

Por causa desse atentado, Lolita passou 25 anos presa nos EUA. Quando compareceu em 1997 diante de um comitê do Congresso de EUA, 43 anos após o atentado, ela, então presidente do Partido Nacionalista de Porto Rico, declarou que a ação armada "não foi um ato de ódio, foi o terceiro grito de liberdade de um povo ameaçado de extinção".

Lolita nasceu em 19 de novembro de 1919 em Lares, no sudoeste da ilha. No início da década de 40 emigrou para os EUA onde trabalhou como operária de máquinas de costura. Ela era delegada do Partido Nacionalista em Nova York quando se uniu aos outros ativistas no ataque ao Congresso.

Com agências