Partido Comunista da Espanha denuncia escalada militar

A defesa da paz deve ser um objetivo central em nosso trabalho, porque o aumento da tensão armada serve ao capitalismo para justificar sua política de agressão contra os povos que rechaçam a política de pôr os recursos naturais do planeta e os seres humanos a serviço do capital, denunciou o PCE.

Em carta aberta, assinada pelo secretário-geral do partido, José Luís Centella, os comunistas espanhóis destacam que o belicismo busca preparar o terreno para justificar ataques localizados em regiões do planeta onde é feita com êxito oposição ao imperialismo. Apesar do evidente fracasso do modelo neoliberal, a tensão militar incitada pelo imperialismo tenta impor formas de domínio econômico com receitas que só favorecem as grandes empresas, a banca e as corporações que querem que os povos paguem o custo dessa débâcle, indica Centella.

Segundo o dirigente comunista espanhol, o capital necessita criar esse cenário para utilizá-lo em seu benefício, a partir dos meios de comunicação, tratando de convencer os povos de que todo aquele que se opõe a seu domínio sobre os recursos naturais é um terrível inimigo da humanidade contra quem se justifica o uso da força militar.

Os comunistas do país ibérico alertam que com sua cruzada o capitalismo pretende transferir todo o poder às instituições supranacionais como o Banco Central Europeu, o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Mundial.

Assistimos a algo mais do que a um intento do capital de que a crise seja paga pelos trabalhadores, na realidade do que se trata é de implantar a ditadura dos mercados, em detrimento da soberania dos Estados, afirma a carta do PCE.

Os comunistas espanhóis exortam o Partido da Esquerda Européia, o Foro de São Paulo e todas as organizações progressistas do mundo a defenderem a paz a fim de avançar no caminho das mudanças radicais e da construção de uma alternativa à bancarrota do neoliberalismo.

O PCE propõe uma verdadeira mudança de sistema que situe as soluções não em benefício empresarial, mas na consecução do pleno emprego, da conservação do meio ambiente e da defesa do bem-estar para todos os habitantes do planeta.Nessa linha, o partido reinvindica o direito à saúde e à educação, o controle universal, público e social dos recursos estratégicos, a supressão dos paraísos fiscais e a luta contra as crescentes desigualdades sociais engendradas pelo modelo neoliberal.

Esta aposta pela paz deve ser feita a partir da defesa da democracia social e participativa e de relações internacionais baseadas no multilateralismo, na igualdade entre os Estados e na solidariedade entre os povos.
 
O secretário-geral do Partido Comunista da Espanha termina sua carta assinalando que seu partido trabalhará em todos os foros para conseguir iniciativas que destaquem a necessidade de que as Nações Unidas e outros organismos internacionais assumam seu verdadeiro papel por cima das pressões imperialistas e coloquem a defesa da paz como seu principal objetivo.
 

Prensa Latina