Sem categoria

Serra e Yeda: dois tucanos que não se bicam

A crise enfrentada pelos tucanos vem se avolumando a cada dia. A divulgação de novas pesquisas tem tido um impacto nas campanhas na TV e nas ruas. No Rio Grande do Sul, a governadora tucana e candidata à reeleição Yeda Crusius não tem feito nenhuma menção ao “Zé” em sua campanha. Pudera. Amargando 10% das intenções de voto, ela tem fugido de qualquer associação com o presidenciável.

Mesmo as agendas conjuntas são cercadas de constrangimentos mútuos. No início da campanha, Serra e Yeda desmarcaram uma caminhada conjunta na última hora, pois o candidato da oposição preferiu caminhar pelo centro de Porto Alegre sem a governadora campeã de rejeição entre os gaúchos. Alguns dias depois, em uma reunião “suprapartidária”, Serra fez elogios ao candidato peemedebista José Fogaça, oponente direto da tucana.
Desde o começo do ano, o relacionamento entre os tucanos tem sido tenso. Serra era contrário a candidatura de Yeda a um segundo mandato e trabalhou nos bastidores contra sua reeleição. Os dois evitaram dividir palanque e a menção a Serra no site e nos demais materiais de campanha é discreta. O distanciamento ficou ainda mais aparente com a estréia do programa eleitoral gratuito, onde Yeda praticamente não cita o nome do candidato de seu partido. 
Pesquisas
A queda de Serra nas pesquisas também estimulou o comando tucano a “esquecer” a candidatura presidencial nos materiais e na propaganda de rádio e TV. 
 
O instituto Ibope divulgou, no início de agosto, pesquisa onde apontava o crescimento da candidata Dilma Rousseff e a queda do tucano no Rio Grande do Sul, estado considerado estratégico pela oposição.
O vôo dos tucanos nessa eleição está repleto de turbulências. Em franca queda nas pesquisas nacionais, Serra vem mostrando sinais de desespero e de ineficiência na estratégia criada para chegar ao Planalto.
 
Nem mesmo a criação do “Zé”, a utilização de vozes parecidas com a do Lula no rádio e a utilização da imagem do presidente na TV surtiu efeito até agora. 
Nas equipes de comunicação, o clima pesado já se faz presente. Na campanha de Yeda, muitos profissionais foram dispensados. Os que ficaram tiveram uma redução de 30% nos salários.
 
Na campanha serrista a estratégia agora é aumentar as críticas a Dilma e PT gradativamente.Tudo para tentar reverter a queda continua dos tucanos no Brasil e também no Rio Grande do Sul.

De Porto Alegre,

Barbara Paiva e Gustavo Alves