Paulo Henrique Amorim: Estadão desmoraliza FHC na mesma página
Parece que o Estadão – até o Estadão! – não leva mais o Farol de Alexandria (Fernando Henrique Cardoso) a sério. Se não, o Estadão não faria o que fez hoje. Que absurdo.
Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada
Publicado 06/09/2010 08:50
Naquele estilo de colesterol na veia, o Farol, que iluminava a Humanidade e foi destruído num terremoto, o Farol acusa o Lula de instalar no país duas mazelas sinistras: a mexicanização do PRI, com um partido único; e o peronismo.
Sobre o peronismo não se deve perder muito tempo, a menos que se imagine – que horror! – que o FHC deseje que a D. Marisa tenha câncer e que a Dilma acabe como a Isabelita. Que horror! O FHC jamais insinuaria isso!
O interessante é a acusação de que o Lula vai “mexicanizar” o Brasil. Instalar uma ditadura de partido único, como a do PRI, com uma fachada de democracia. É um disparate o que não resiste ao próprio Estadão, na mesma pág. 2 (como o Estadão foi concordar com essa proximidade ?).
Artigo de Gaudêncio Torquato mostra que a possibilidade de o Executivo controlar o Congresso tem precedente histórico recente: o Governo (desastroso – PHA) do FHC. E, assim, desmoraliza a tese do Farol:
“Basta lembrar o governo FHC, que contou com sólida maioria parlamentar para aprovar a emenda constitucional que permitiu a reeleição, barrou a CPI para apurar a compra de votos, aprovou a quebra de monopólios estatais nas áreas de comunicação, petróleo…”
Quer dizer: sem essa de México, FHC!
Com aquela gordura trans que lhe marca o estilo, diz o Farol: “… como é certo que a oposição (leia-se Serra – PHA) se opôs menos do que devia à usurpação de seus próprios feitos (leia-se o maravilhoso, incomparável Governo FHC, que foi ao FMI três vezes – PHA) pelos atuais ocupantes do poder (Lula – PHA)”.
Tradução: o Serra não me defendeu. Tradução 2: o Lula roubou o meu Governo. Tradução 3: morro de inveja desse nordestino metalúrgico, que não fala inglês e não tem um dedo!
A inveja tem essa vantagem: corrói o invejoso por dentro.