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Dilma alerta para tradição de calúnias a 15 dias da eleição

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta sexta-feira (17) que os oposicionistas promovem “calúnias e falsidades” para ligar sua campanha ao vazamento de dados da Receita e ao suposto lobby na Casa Civil. Em um comício organizado na cidade mineira de Juiz de Fora, ela disse que a mesma estratégia foi usada nas eleições de 2002 e 2006.

Na quinta-feira (16), a sucessora de Dilma na coordenação do governo, Erenice Guerra, deixou o cargo após denúncias que ligariam sua família a um suposto lobby de empresários interessados em contratos com o governo federal. 

O comício foi realizado a pedido do candidato do PMDB ao governo de Minas Gerais, Hélio Costa, que, de acordo com as pesquisas de intenção de voto, perdeu a liderança para o governador Antonio Anastasia (PSDB), aliado do ex-governador e candidato ao Senado Aécio Neves (PSDB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu e reforçou as críticas aos aliados do presidenciável tucano, José Serra.

“Aqueles que temem perder a eleição no voto utilizam de mecanismos de calúnias e falsidades”, afirmou Dilma. “Por isso, é importante que vocês estejam atentos e percebam que isso sempre acontece 15 dias antes da eleição. Quando Lula foi candidato em 2002, foi sempre cercado de afirmações do seguinte tipo: ‘Se o Lula for eleito, o Brasil vai parar, vai ser o caos’. E aí eu pergunto a vocês: foi um caos? Não. O Brasil cresceu? Cresceu".

“Naquela época, dissemos 'vamos enfrentar essas calúnias e essa história do caos com a esperança nas mãos'. Hoje, além da esperança, a gente tem o Bolsa Família, o ProUni, o PAC”, afirmou a ex-ministra-chefe da Casa Civil. “Agora a história é outra. Por isso que a dificuldade vira facilidade. Temos muitos instrumentos para combater essa tentativa de criar o medo e a desesperança".

Lula contra a "arrogância tucana"

Lula discursou após Dilma e fez críticas à oposição e ao PSDB, afirmando que tem “gente nervosa” e “com raiva”. Dirigindo-se à petista e ao candidato do PMDB ao governo mineiro, Hélio Costa, que é apoiado pelo PT, Lula disse que os dois não podem ter o que chamou de “arrogância tucana”.

A declaração foi dada quando o presidente falava sobre o número de escolas técnicas e universidades construídas durante sua gestão. Como é recorrente em seus discursos, Lula afirmou que, em um século, foram feitas 140 escolas técnicas no país e que concluirá seus oito anos de mandato com 214 escolas técnicas construídas.

“Teve gente com doutorado, que falava inglês e francês e ainda de lambuja falava espanhol, que fez pós-graduação não sei aonde, que tinha não sei quantos títulos de doutor honoris causa e passou por esse país e não fez uma única universidade. Aprovou no Congresso a universidade do vale do São Francisco, mas quem colocou o primeiro tijolo e a última telha fomos nós”, disse.

Em seguida, acrescentou: “Essa gente acha que tem sabedoria demais. Por isso, companheira Dilma, por isso, companheiro Helio Costa, vocês têm que ter alguma coisa a mais do que arrogância tucana. A humildade humana é o que vocês têm que ter pra enfrentar essa gente”.

"Cara de ontem"

O presidente também falou sobre as críticas que recebeu por ter indicado Dilma como candidata à sua sucessão. Citou críticas como o fato de a petista nunca ter disputado uma eleição antes e comemorou pesquisas que mostram Dilma à frente do tucano José Serra.

“Essa mulher já está 27 pontos à frente deles em todo o território nacional. E eles sabem que está mais fácil ela crescer mais do que eles crescerem. Porque eu vou contar uma coisa pra vocês: tem candidato que vai no debate com ela, que eu pensava que era moderno, e o cidadão tem cara de ontem e pensa como um cara de anteontem. Ou seja, é o Brasil que eles querem voltando pra trás”, disse.

Com agências