Uefa ameaça Israel por perseguição ao futebol palestino
Depois de reunir-se com dirigentes da Federação Palestina de Futebol, na sede da União Europeia de Futebol Associado (Uefa) em Nyón (Suiça), no fim de setembro, Michel Platini, presidente da confederação europeia se comprometeu a tomar medidas para acabar com os reiterados obstáculos que Israel impõe à seleção palestina de futebol.
Publicado 07/10/2010 18:12
Platini afirmou inclusive que pode expulsar as equipes sionistas das competições europeias, as quais foram aceitas em 1994 após a assinatura dos Acordos de Oslo com os palestinos.
A reunião aconteceu um mês depois que Israel impediu seis jogadores da seleção palestina de saírem do país para disputar um amistoso na Mauritânia, alegando "razões de segurança" e problemas com documentação. "Aceitamos Israel na Europa, de modo que o país deve cumprir com suas leis e normas, inclusive a de garantir a liberdade de movimento aos jogadores", manifestou Platini, segundo revelou o presidente da federação palestina, Khibril Rajoub.
As consequências
"Israel deve escolher entre permitir que o esporte palestino prospere ou enfrentar as consequências que seu comportamento podem provocar", agregou Platini, de acordo com Rajoub. Um porta-voz da confederação europeia se negou nesta semana de desmentir ou confirmar a informação, justificando que se tratava de uma conversa privada.
O esporte palestino foi historicamente uma das vítimas "colaterais" da agressão israelense. Durante a última grande agressão à Faixa de Gaza, o exército ocupante bombardeou o estádio Palestina, os escritórios de seu comitê olímpico e matou dois ex-jogadores da seleção nacional de futebol.
Para a seleção competir, é uma odisseia. Até há dois anos, a Palestina teve de mandar seus jogos no Catar, na Jordânia ou no Egito, já que não possui um estádio que cumpra com os requisitos pedidos pela FIFA. Agora que já possui, enfrenta as constantes provocações israelenses: jogadores impedidos de sair do país para competir ou futebolistas da diáspora que ficam presos nas fronteiras e não chegam a tempo para treinar ou disputar as partidas oficiais da seleção.
As piores dificuldades
Os oriundos da Faixa de Gaza sofrem as maiores dificuldades. Sequer podem mover-se livremente para disputar as partidas da liga local que, desde 1977, só chegaram ao fim em sete ocasiões. Embora muitos vivam na Cisjordânia, só disputam as partidas em casa, por temor de serem presos em um controle militar e deportados para a Faixa de Gaza.
A Federação Palestina também se queixa de que as autoridades israelenses mantém retidos nos portos durante semanas ou meses o material esportivo importado, o que dificulta o progresso de seus jogadores, limitados já pelas precárias condições econômicas do país.
Fonte: Escritório de Informação Chileno-Palestino