Sem categoria

Assembleia do Equador retoma atividades após protesto policial

A Assembleia Nacional do Equador retomou na quinta-feira (7) seus trabalhos com um polêmico debate sobre a violenta rebelião policial que colocou em risco a estabilidade do país e paralisou por uma semana a atividade legislativa.

 Em meio a uma forte proteção militar, os parlamentares retornaram a seus lugares para investigar o motim policial, que começou com um protesto contra um corte em seus benefícios econômicos e terminou num sangrento confronto com militares que intervieram para resgatar o presidente Rafael Correa.

"Espero que sejamos capazes de tratar os temas com serenidade", disse o presidente do legislativo, Fernando Cordero, ao abrir a sessão. No entanto, governistas e opositores iniciaram uma tensa discussão sobre se a rebelião foi uma tentativa de golpe de Estado, como diz o governo, ou um protesto trabalhista que saiu do controle das autoridades.

Durante a rebelião, a sede do Congresso foi invadida por policiais depois que a segurança legislativa abandonou seu posto em solidariedade aos manifestantes e, segundo partidários de Correa, com a cumplicidade da oposição. Na última sessão, a Assembleia tramitava a polêmica lei de austeridade do setor público que despertou o protesto dos policiais, mas o debate não chegou a terminar.

A lei entrou em vigor no começo da semana, ratificando o corte de benefícios e pagamentos por condecorações aos servidores públicos, incluindo policiais e militares. A Assembleia tentou funcionar durante os dias posteriores ao protesto, mas o governo argumentou falta de garantias.

Correa informou na quarta-feira que chegou a um consenso com forças políticas a favor de seu projeto para aprovar leis-chave para "radicalizar" a revolução socialista, o que congelou o plano do presidente de dissolver a Assembleia e legislar por decreto até a convocação de eleições.

Investigação

A investigação sobre a sublevação de policiais no Equador incluirá, além de agentes da Polícia, vários civis, assinalou nesta quinta-feira o promotor Marco Freire. Entre eles estão o advogado Pablo Guerrero e a parlamentar suplente Alejandra Cevallos, incluídos por entrarem de forma violenta em um edifício onde funciona a imprensa estatal, durante a manifestação policial.

Freire anunciou que Guerrero e Cevallos foram convocados para prestar depoimento, informou a agência pública de notícias Andes. Guerrero é um advogado próximo ao ex-presidente Lucio Gutiérrez (2003-2005), cujo grupo político, o Partido Sociedade Patriótica (PSP), foi apontado pelo Governo como o principal instigador da rebelião. Já Cevallos é suplente de parlamentar, membro do Partido Social-Cristão.

No dia da revolta policial, invadiu o set principal do canal público Ecuador-TV para exigir que fosse entrevistada, tal como ocorreu. Nas imagens da emissora, Guerrero apareceu entre um grupo de manifestantes que entrou de forma violenta no edifício público, arrombando portas, quebrando vidraças e causando outros danos materiais.

Com agências