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Emoção marca resgate dos mineiros soterrados no Chile

O resgate dos 33 mineiros soterrados há 70 dias na Mina San José, no Deserto do Atacama, no Chile, se transformou em momento de muita emoção, expectativa, fé e alegria. A retirada dos trabalhadores começou às 23h08 desta terça-feira (12). Até as 8 horas da manhã desta quarta-feira (13), nove trabalhadores haviam sido resgatados.

O tempo médio para a retirada de cada mineiro varia entre 12 e 16 minutos. Aparentemente, os resgatados não demonstraram problemas físicos nem psicológicos. Todos os trabalhadores são examinados rapidamente quando chegam e depois levados para o hospital.

Resgates

Por volta das 8 horas de hoje (13), Mario Gómez, 63, foi o nono resgatado. Ele, que é o mais velho do grupo. O oitavo mineiro retirado foi Claudio Yáñez, 34, que trabalha como operador de broca. Ele foi resgatado por volta das 7h.

O sétimo mineiro foi salvo por volta das 6h20. José Ojeda, 46, trabalha como perfurador. O sexto mineiro trazido à superfície foi o operário Osmán Araya, 30, que saiu por volta das 5h35. O quinto a ser resgatado foi Jimmy Sánchez, 19. Aparentemente debilitado, ele saiu da mina por volta das 4h10. O boliviano Carlos Mamani, 23, foi o quarto a chegar na superfície. Por volta das 3h da madrugada, o clima no acampamento Esperanza era de calmaria. O terceiro resgatado da mina foi Juan Illanes, 52.

O segundo foi Mario Sepulveda, 40 apontado como líder do grupo. Bem-humorado e animado, Sepúlveda saiu da cápsula de resgate aos pulos, puxou o grito de guerra chileno “Chi Chi Le Le, Chile” e só depois abraçou a mulher e as autoridades.

Ele trouxe consigo uma sacola cheia de pedras da mina onde esteve preso. Eufórico, Sepulveda surpreendeu ao sair da cápsula e distribuir pedras da mina San José como presentes e lembranças para funcionários envolvidos no resgate. O mineiro também abraçou fortemente o presidente Sebastián Piñera.

O primeiro operário a sair da mina foi Florencio Ávalos, 31. Centenas de pessoas se aglomeraram em volta do telão no acampamento "Esperanza" para comemorar a saída do mineiro. Balões, gritos de guerra e muita euforia celebraram o sucesso do primeiro resgate.

Comoção mundial

O resgate dos mineiros foi marcado por uma comoção mundial. A imprensa de todo o planeta, além de empresas, como a Nasa, enviaram técnicos para ajudar nos trabalhos.

A rapidez dos trabalhos também chamou a atenção. Inicialmente, o governo chileno havia previsto a conclusão dos trabalhos para o Natal, no final de dezembro. Mas os trabalhos para perfurar o solo e abrir caminho para a cápsula Fênix se adiantaram e, pouco mais de dois meses depois, os mineiros puderam finalmente reencontrar suas famílias.

Os 33 trabalhadores usam um macacão especial, capaz de manter a temperatura do corpo, proteger dos percalços ao longo dos 700 metros de onde estavam até a superfície, e óculos escuros. O único estrangeiro entre os soterrados, o boliviano Carlos Mamani, de 23 anos, subiu do abrigo até a superfície com a bandeira da Bolívia.O presidente da Bolívia, Evo Morales, avisou que pretende chegar ainda nesta quarta-feira (13) para visitar Mamani.

Sem esconder a emoção, o presidente chileno afirmou que o resgate dos trabalhadores, depois de 70 dias, foi um “verdadeiro milagre”. Piñera lembrou que a fé e a força marcam o povo chileno. Segundo ele, várias provas disso têm sido dadas e lembrou o terremoto de 27 de fevereiro, considerado o pior dos últimos 50 anos, e que até hoje faz o país estar em reconstrução.

Na terça (12), as autoridades chilenas decidiram que os primeiros resgatados seriam os mais ágeis e com melhores condições psicológicas, seguidos pelos mais idosos e doentes e, por fim, pelos mais fortes. Por duas vezes, houve mudanças de horários referentes ao momento do resgate. As autoridades queriam afastar qualquer hipótese de erro.

Da redação, com agências