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Presidente do BNDES defende novas medidas contra queda do dólar

O governo precisa ampliar a sua "caixa de ferramentas" contra a desvalorização do dólar, afirmou nesta quinta-feira (14) o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

Segundo ele, a apreciação do real frente à moeda norte-americana é uma preocupação tanto do governo quanto do setor privado e merece atenção das autoridades.

Interesse nacional

"A economia brasileira reúne um conjunto de condições favorável para atrair investimento direto, investimento em renda variável, investimento 'carry trading', o que realmente constitui um desafio grande para as autoridades macroeconômicas criarem instrumentos de resistência", disse ele em palestra do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).

"Considerando o interesse nacional, não é sensato permanecer inerme diante dessa avalanche de ingresso de capitais, que pode pressionar a taxa de câmbio. Acho que o governo deve aumentar a caixa de ferramentas e fazer uso", acrescentou Coutinho, sem citar quais medidas seriam essas. Trata-se, pelo visto, de limitar a liberdade de movimentos do capital estrangeiro na economia brasileira, a exemplo do que faz a China e outros países.

A elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) se mostrou um paliativo de pouca eficácia. De acordo com Coutinho, apesar da depreciação do dólar, a demanda por empréstimos do setor exportador de commodities não diminuiu diante da perspectiva de uma demanda global crescente.

Tensões cambiais

"Os planos de investimento de setores como mineração, celulose e outros miram um prazo muito longo, embora haja desconforto com o câmbio. Isso ainda não se reflete na demanda por empréstimos do BNDES", completou.

Segundo o presidente do banco, a estratégia dos países ricos, em especial Estados Unidos, Japão e União Europeia (UE), para saírem da crise econômica tem sido a adoção de políticas monetárias afrouxadas, o que acaba por ampliar o fluxo de dólares para o Brasil.

"As estratégias de saída e de estímulo nas economias desenvolvidas estão mais concentradas na política monetária… a manutenção de políticas monetárias muito frouxas e o aumento quantitativo da expansão, com juros zero ou negativo", disse Coutinho.

"O aumento da emissão monetária nas economias centrais vai multiplicar a liquidez e gerar tensões muito fortes sobre economias que têm boa perspectiva."

Com agências