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Reservas internacionais atingem valor recorde de US$ 280 bilhões

As reservas internacionais do Brasil atingiram a cifra recorde de US$ 280,096 bilhões quarta-feira (13), conforme informação divulgada nesta quinta (14) pelo Banco Central (BC). O aumento tem sido influenciado principalmente pelas compras de dólares no mercado à vista, feitas pelo BC para conter a desvalorização da moeda norte-americana, que fechou hoje cotada a R$ 1,661 para compra e a R$ 1,663 para venda. Essas cotações aproximam-se do nível anterior ao da crise financeira mundial.

Segundo o BC, as compras diárias em outubro (até o dia 8) elevaram as reservas internacionais em US$ 2,764 bilhões. Em setembro, quando houve a capitalização da Petrobras, com forte entrada de dólares no país e aumento das compras do BC, o total chegou a US$ 10,757 bilhões.

Baixa rentabilidade

Há outras variáveis na composição das reservas, mas, desde que o BC voltou a intervir no mercado de câmbio com dois leilões diários para compra de dólares (dia 8 de setembro), em 25 dias úteis, as reservas cresceram US$ 18,1 bilhões.

O BC aplica as reservas internacionais em ativos financeiros de alta segurança e liquidez, como títulos do Tesouro dos Estados Unidos, investimentos em renda fixa, depósitos em instituições multilaterais como Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (Bird) e ouro, entre outros.

O problema é que a remuneração desses ativos é baixa especialmente quando comparada aos ganhos propiciados pelos títulos públicos brasileiros, que pagam as mais altas taxas de juros reais do mundo e atraem investimentos especulativos de curto prazo em busca de lucros seguros e fáceis. Isto provoca a valorização do real e desestimula as exportações brasileiras.

Seguro contra crises

Embora tenham um custo de carregamento que “não é barato”, como diz o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli, as reservas funcionam como um seguro contra crises externas, como aconteceu em 2008, e ajudam também a passar aos investidores internacionais a ideia de economia estável.

Piscitelli acredita, porém, que as medidas adotadas até agora (leilões do BC e aumento do Imposto sobre Operações Financeiras) para conter a desvalorização cambial têm sido paliativas. Segundo o economista, o país precisa de medidas mais “poderosas”, como a redução da taxa básica de juros (Selic), de modo a desestimular a entrada dos dólares que rodam o mundo à procura de rentabilidade.

“Por que o Brasil tem que pagar a taxa de juros mais alta do mundo, quando os demais países zeraram suas taxas ou as mantêm bem próximas de zero?”, indaga o professor da UnB. O Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se na semana que vem para definir como ficará a taxa Selic até novembro, mas é muito pouco provável que os tecnocratas conservadores que compõem o órgão sigam o conselho do professor da UnB, que corresponde à demanda dos movimentos sociais e da indústria.

Com informações da Agência Brasil