Cuba pede apoio de países para encerrar bloqueio dos EUA
A Comissão de Relações Internacionais da Assembleia Nacional de Cuba aprovou uma moção que será encaminhada a todos os países em favor do fim do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos aos cubanos. As autoridades querem o apoio da comunidade internacional para encerrar com 38 anos de bloqueio a Cuba.
Publicado 20/10/2010 16:04
Sob embargo norte-americano desde 1962, Cuba se esforça para evitar o agravamento da crise no país ao anunciar a abertura do mercado de trabalho, demissão de cerca de 500 mil funcionários públicos e a aproximação da União Europeia.
"O bloqueio continua intacto e não são utilizadas as prerrogativas institucionais gerais, como a que autorizava o Executivo a introduzir mudanças importantes”, diz o documento, aprovado pelos parlamentares da comissão. As informações são do jornal oficial de Cuba, Granma.
Segundo as autoridades cubanas, o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, intensificou o bloqueio econômico a Cuba. As autoridades cubanas reclamam das dificuldades de exportação de alimentos para o país. De acordo com os cubanos, o discurso de campanha de Obama é oposto ao que ele tem colocado em prática na sua gestão na Casa Branca.
Em setembro, na 65ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, condenou o bloqueio a Cuba em vigor há 38 anos. Ele classificou o embargo como um “ilegítimo bloqueio”.
O bloqueio a Cuba envolve restrições econômicas, financeiras, políticas e diplomáticas. De acordo com o governo cubano, as medidas se tornaram mais intensas nos governos norte-americanos dos presidentes Bill Clinton, George W. Bush e agora de Obama. Os cubanos reivindicam, inclusive, que filiais estrangeiras de empresas dos Estados Unidos negociem com Cuba.
Antes de ir a Nova York, Amorim esteve em Havana, capital de Cuba. Em Havana, o chanceler se reuniu com o presidente cubano, Raúl Castro, e várias autoridades cubanas. Nas conversas, o ministro disse que o Brasil está disposto a intensificar as parcerias com o país.
Uma das ideias é repassar a experiência e o conhecimento sobre desenvolvimento de pequenas e médias empresas a fim de diminuir o número de informais na economia de Cuba. Amorim costuma afirmar que o diálogo próximo e permanente entre Cuba e Brasil permite que os brasileiros sejam interlocutores diferenciados na busca do fim do bloqueio ao país.
No mês passado, o ministro das Relações Exteriores de cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, acusou Obama de reforçar o embargo. Segundo o chanceler, as severas restrições fizeram Cuba acumular, ao longo dos anos, um prejuízo de US$ 751,3 bilhões.
Fonte: Agência Brasil