Sem categoria

China se torna segunda maior fornecedora de máquinas ao Brasil

A China superou a Alemanha e já é a segunda principal origem das máquinas e equipamentos importadas pelo Brasil, perdendo apenas para os Estados Unidos.

A participação chinesa nas importações brasileiras de bens de capital – que era de apenas 2,1% do total em 2004 – alcançou 12,3% de janeiro a setembro deste ano, acima dos 11,9% da Alemanha.

EUA

Em primeiro lugar, os Estados Unidos responderam por 24,2% de todas as máquinas estrangeiras que entraram no país, mas a participação americana também já foi superior, chegando a marcar 32,4% há seis anos. Os dados foram divulgados NETA 4ª pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

A participação americana no comércio exterior brasileiro vem declinando ano a ano, num movimento objetivo que reflete o declínio da liderança dos EUA no mundo e é respaldado pela política externa do Brasil, que prioriza o comércio Sul-Sul e lança os fundamentos de uma parceria estratégica com a China.

Ao longo do ano passado, a China ultrapassou os EUA e se transformou na maior parceira comercial do Brasil. Além disto, a potência asiática deve investir mais de 20 bilhões de dólares no país neste ano. Os efeitos de tudo isto são contraditórios, mas não há dúvida que um resultado positivo é a redução da dependência da economia nacional em relação ao império do Norte.

Compensação

Diante da maior penetração dos produtos fabricados lá fora no mercado brasileiro, a indústria tem pressionado o governo por medidas de compensação à valorização do real, como um aumento da alíquota da importação de produtos importados com similares nacionais para 35%.

Em setembro, as importações de bens de capital no Brasil atingiram a marca recorde de US$ 2,667 bilhões, acima dos US$ 2,627 bilhões de agosto, que era o pico histórico anterior.

Nos nove primeiros meses do ano, o setor acumulou déficit comercial de US$ 11,723 bilhões e a expectativa da Abimaq é que esse montante suba para US$ 15,631 bilhões até o fim do ano – superando o saldo negativo de 2009 (US$ 11,146 bilhões).

Além da China, um dos destaques na balança comercial de bens de capital é a entrada de produtos da Coreia do Sul. As máquinas e equipamentos sul-coreanas corresponderam a 3,8% de todas as importações neste ano. Em 2009, a fatia do país asiático nas compras brasileiras era de 1,9%.

O aumento da importação de máquinas e equipamentos acompanha o crescimento da economia nacional e ajuda a impulsioná-lo, pois significa novos investimentos. Todavia, a compra desses bens no exterior, quando existem similares nacionais, prejudica o desenvolvimento da indústria brasileira de bens de capital, que tem papel estratégico no desenvolvimento.

Da redação, Umberto Martins, com agências