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CNI: Guerra cambial é terceira maior preocupação dos empresários

A chamada guerra cambial, deflagrada pela política estadunidense de depreciação do dólar, passou a ser a terceira maior preocupação das grandes indústrias, depois da elevada carga tributária e da competição acirrada, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o economista da CNI, Renato da Fonseca, o problema da valorização do câmbio no país, que reduz a competitividade de exportações brasileiras, subiu de importância, saindo de 28% no segundo para 32,3% no terceiro trimestre deste ano.

“O câmbio é um problema concreto para as grandes empresas, porque são as responsáveis pelas vendas externas. A valorização do real frente ao dólar e a demanda externa fraca acirram a preocupação”, comentou o economista.

A questão cambial ganha até das dificuldades que as empresas estão enfrentando para encontrar trabalhadores qualificados, que na lista das grandes empresas tem 21,4% e fica em quarto lugar.

De quem é a culpa?

O problema não é só brasileiro. Governos de outros países têm adotado medidas para evitar a valorização excessiva de suas moedas que compromete a competitividade de suas indústrias.

Os Estados Unidos pressionam a China para valorizar a moeda local (iuan) e acusam a potência asiática pela instabilidade monetária, que na verdade, conforme esclareceu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, decorre da política adotada pela Casa Branca e o Federal Reserve (banco central dos EUA) para reverter a crise econômica.

Centenas de bilhões de dólares são derramados na economia pelo Estado a pretexto de reanimar a economia, mas tais recursos acabam sendo canalizados para os chamados mercados emergentes, suscitando a valorização das moedas locais.

Os investidores pegam dinheiro a custo zero nos EUA e especulam com as diferenças entre as taxas de juros, aplicando em ativos que asseguram elevados retornos, como é o caso dos títulos públicos brasileiros indexados à Selic (taxa básica de juros, que está em 10,75%).

A oferta excessiva de dólares, decorrente da especulação, ampliou a valorização do real e a preocupação dos industriais com o tema, levando o governo a aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre tais investimentos.

O principal problema são os impostos elevados (58,2%) e a competição acirrada em segundo (41,85%) para os grandes empresários. Os dados são da Sondagem Industrial de setembro, divulgada hoje pela CNI.

Com agências