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Argentinos e líderes regionais se despedem de Kirchner

Carregando velas, bandeiras e flores, milhares de argentinos fazem vigília nesta quinta-feira pelo ex-presidente e líder peronista Néstor Kirchner, morto ontem (27) aos 60 anos de parada cardiorrespiratória, cujo velório acontrece na Casa Rosada. Líderes sul-americanos começaram a chegar a Buenos Aires.

Centenas de jovens militantes permaneceram toda a noite na Praça de Maio, em frente à sede do governo, e já de madrugada começaram a formar uma fila para garantir sua entrada no velório do "Pingüino", como era conhecido o ex-presidente. Ao mesmo tempo, demonstravam apoio ao governo de sua viúva, a presidente Cristina Kirchner, cujo mandato termina em 2011.

O ex-presidente foi comparado a Juan Domingo Perón e apontado como grande líder político do país sul-americano nas últimas décadas por várias pessoas na Praça de Maio. O corpo do ex-mandatário argentino chegou a Buenos Aires à 1h50 local (2h50 de Brasília) em um avião no qual viajou também Cristina e o filho mais velho do casal, Máximo. O enterro acontecerá em Río Gallegos, em sua província natal, Santa Cruz (sul do país).

O público poderá despedir-se de Néstor Kirchner, que governou o país entre 2003 e 2007, no Salão dos Patriotas Latino-Americanos. Nas paredes em torno do caixão, imagens do ex-presidente Perón, da Argentina, e Salvador Allende, do Chile, além do guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara, entre outros.

"Força, presidente. Precisamos de você mais do que nunca. Estamos com você", afirmavam cartas deixadas na noite de quarta-feira por milhares de argentinosl.

A central sindical CGT, principal braço de apoio do governo, convocou uma mobilização nesta quinta-feira na Praça de Maio para uma despedida final. "Depois de (Juan) Perón e Eva (Duarte de Perón), vem Néstor Kirchner, sem sombra de dúvida", disse Hugo Moyano, poderoso líder da CGT, declarando apoio a Cristina Kirchner.

A presidente, que ainda não apareceu publicamente nem deu declarações sobre a morte do marido, "está sem um pedacinho, as coisas não são fáceis, mas ela vai encontrar uma maneira de fazer com que esta morte não seja em vão", afirmou Aníbal Fernández, chefe de gabinete.

Líderes

Os presidentes dos países membros da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), da qual Kirchner era secretário-geral, começaram a chegar a Buenos Aires na manhã desta quinta-feira para prestar as últimas homenagens.

São esperados para hoje, segundo o jornal "La Nación", os presidentes Hugo Chávez (Venezuela), José Mujica (Uruguai), Evo Morales (Bolívia), Sebastián Piñera (Chile), Fernando Lugo (Paraguai), Juan Manuel Santos (Colômbia) e Rafael Correa (Equador). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar à capital argentina apenas amanhã.

Com agências