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América Latina lamenta morte de Kirchner; povo convoca homenagem

A morte do ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, anunciada nesta quarta-feira (27), sucitou manifestações de pesar de diversos países. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, expressou "grande dor" e classificou como o falecimento como uma "enorme perda para o país e o continente".

"Minha querida Cristina… quanta dor! Que grande perda sofre a Argentina e a nossa América! Viva Kirchner para sempre!!", escreveu Chávez em sua conta no Twitter.

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Em comunicado da Presidência paraguaia, o líder do país, Fernando Lugo, divulgou ter se sentido "impactado" pelo falecimento do ex-governante argentino, a quem chamou de um "companheiro e amigo na construção de uma América Latina sem exclusões".

A nota informou que "o presidente Fernando Lugo se expressou de forma triste pela notícia do falecimento do ex-presidente da Argentina e secretário-geral de Unasul, Néstor Kirchner". Assim que recebeu a notícia, Lugo "se pôs em contato com a Chancelaria para a coordenação de detalhes referidos à presença paraguaia" nos funerais.

O governo do Peru também manifestou seu pesar pela morte de Kirchner, de 60 anos. "Lamento muito", disse o chanceler José Antonio García Belaúnde à rádio local CPN, ao ser informado da morte. "Não apenas é um presidente muito querido na Argentina, mas também uma figura latino-americana e secretário

O chileno Sebastián Piñera também se pronunciou, afirmando que vai esperar o momento certo para viajar ao país vizinho e oferecer apoio para Cristina Fernández Kirchner. "Isso me afeta muito fortemente no lado pessoal. É claro que vamos participar e estar próximos à presidente Cristina Kirchner em todos os atos do funeral", disse o chefe de Estado.

O presidente disse que enviava "mais uma vez, as minhas sinceras e profundas condolências à presidente Cristina Fernández e a todo o povo argentino" pela morte de Néstor Kirchner, a quem definiu como "um homem que dedicou sua vida ao serviço público." "Que sua morte revitalize sua causa na Unasul: construir uma comunidade de democracias", disse Piñera.

O brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também emitiu nota de pesar pela perda e decretou luto oficial de três dias.

Unasul

A própria União de Nações Sul-Americanas (Unasul), da qual Néstor Kirchner era secretário-geral, emitirá nas próximas horas um comunicado conjunto em referência à morte do ex-presidente da Argentina. Um alto funcionário da Chancelaria do Equador, país que está com a Presidência temporária do grupo, disse que o ministro de Assuntos Exteriores equatoriano, Ricardo Patiño, falou nesta quarta-feira sobre o tema com seu colega argentino, Héctor Timerman.

Patiño não deverá viajar a Buenos Aires, já que tem marcada para esta quinta-feira uma reunião em Quito com a chanceler colombiana, María Ángela Holguín, na qual tratarão dos últimos empecilhos para restabelecer relações diplomáticas entre os dois países.

Avós da Praça de Maio

A presidente da organização argentina Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, também lamentou a morte do ex-presidente e disse que ele "deu a vida por seu país". Carlotto, em entrevista a rádios locais, disse que a mandatária Cristina Kirchner, sua mulher, "fica no comando de um país, mas muito sozinha" com a morte do marido.

"Nosso país necessitava muito desse homem. Foi uma pessoa indispensável", manifestou a militante do grupo de defesa dos direitos humanos, que se mostrou a favor do casal Kirchner em polêmicas como as suscitadas pela recente lei de comunicação e as medidas em torno do setor agropecuário.

Nas duas gestões do casal, o governo atendeu à principal reivindicação do grupo ao patrocinar a revisão da lei da anistia. A medida tornou possível o julgamento e a condenação de agentes da ditadura militar local (1976-1983).

O movimento surgiu na década de 1970 após familiares de vítimas da repressão denunciarem à comunidade internacional os desaparecimentos de filhos de sequestrados políticos. As Avós da Praça de Maio conseguiram devolver a suas famílias mais de 100 netos, mas calculam que ainda faltam serem localizadas cerca de 400 pessoas.

Homenagem é convocada pela internet

Os argentinos convocaram , pela internet, um ato popular para o início da noite na simbólica Plaza de Mayo de Buenos Aires para se despedir do falecido ex-presidente Néstor Kirchner."Retuítem, todos convocados à Plaza de Mayo às 20 hs. Hoje mais que nunca devemos estar junto a CFK (como é conhecida a viúva de Kirchner, a presidente Cristina Fernández Kirchner)", é o texto que está se multiplicando através do Twitter.

"Depois que passar o recenseador, nos encontramos na Plaza de Mayo para acompanhar a Cristina", escreve um usuário do Twitter, fazendo referência ao censo nacional que está sendo realizado no país nesta quarta-feira.

No Facebook, o grupo "Néstor Kirchner, presidente 2011", com mais de 14.600 seguidores, recebe constantes mensagens de apoio a Cristina Fernández. Na comunidade "Cristina Fernández de Kirchner", com quase 42.000 seguidores, também se multiplicavam as condolências dos fãs da viúva na rede social.

Néstor Kirchner, ex-presidente entre 2003 e 2007 e marido da atual presidente da Argentina, Cristina Kirchner, morreu nesta quarta-feira, em El Cafalate, onde foi internado pela manhã por problemas cardíacos.

Com agências