PIB dos EUA cresce 2% no 3º trimestre, abaixo da expectativa
O Estados Unidos divulgaram nesta sexta-feira que o seu PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país em um certo período) deve crescer 2% no terceiro trimestre deste ano na relação com o trimestre anterior. A informação foi divulgada pelo escritório de estatísticas oficiais do governo (U.S. Census Bureau) e é a primeira leitura de três prévias antes do resultado final.
Publicado 29/10/2010 12:39
O número, apesar de ser melhor do que o do período anterior — de 1,7%, com uma revisão no resultado final ante as duas prévias que apontavam alta de 1,6% — ficou abaixo da estimativa de mercado que esperava um incremento de 2,2%. De acordo com a divulgação, a estimativa de avanço do terceiro trimestre divulgado hoje é baseado em dados que estão incompletos ou sujeitos a revisão posterior. "A segunda prévia do PIB será anunciada em 23 de novembro e terá dados mais completos", informou o Census Bureau.
Recuperação
A divulgação preliminar do PIB dos EUA ocorre em uma semana que, contrariando as tendência negativas da economia, trouxe surpresas positivas, especialmente no mercado imobiliário.
Dados como as vendas de imóveis novos e usados tiveram altas expressivas e acima da expectativa de mercado.
A comercialização de imóveis novos somaram 307 mil unidades em setembro, uma alta de 6,6% na relação ao número de comercialização de agosto (288 mi, revisado). No mesmo movimento, no mês passado as vendas de imóveis usados nos EUA subiram 10% setembro, chegando a 4,53 milhões de unidades comercializadas, ante as 4,12 milhões de agosto. As altas surpreenderam positivamente o mercado norte-americano cujo consenso estimava leve alta de 4,1% (para as casas usadas) e 4,2% para os imóveis novos.
O escritório de estatísticas do governo divulgou dados positivos em relação aos pedidos de bens duráveis, que ficou acima do esperado, com alta de 3,3%, ante previsão de elevação de 2% do mercado.
O crescimento do PIB é atribuído pelo Estado a reflexos positivos vindos majoritariamente dos setores de consumo pessoal, investimentos no setor imobiliário e nos estoques privados, gastos governamentais e exportações.
Guerra cambial
Há expectativa de que o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) anunciará por esses dias a injeção de US$ 500 bilhões (um terço do PIB brasileiro e 3,5% do americano) na maior economia do planeta via compra de títulos de longo prazo, o que já provocou nova queda do dólar, acirrando a chamada guerra cambial, e novos desvios nos fluxos de capitais globais.
A medida, conhecida como quantitive easing (algo como relaxamento quantitativo, na tradução literal) visa baixar os juros de longo prazo, aumentando a liquidez e estimulando a economia. Ação do tipo já foi feita pelos EUA durante a crise de 2008/2009, quando a compra de títulos chegou a US$ 1,725 trilhão.
Na prática, é como imprimir moeda. Com as taxas de juros já próximas de zero, há pouco mais que o Fed possa fazer para estimular a recuperação americana.
Especula-se que a segunda rodada de quantitive easing será anunciada na reunião do órgão que termina na próxima quarta, mas há dúvidas quanto às quantias envolvidas e à forma como se dará a ação.
Com agências