Alimentos é o grande vilão da inflação, constata Dieese
O Índice do Custo de Vida (ICV) calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) foi de 0,93% em outubro, com alta de 0,40 pontos percentuais (pp.) em relação a setembro (0,53%). O grande responsável pela alta foi o grupo Alimentação, o qual, em setembro, apresentou aumento de 1,03% e, em outubro, 1,44 pp. atingindo a cifra de 2,47%.
Publicado 08/11/2010 16:12
Neste mês todas as taxas por estratos de renda são superiores às de setembro e continuam a manter forte correlação negativa com o poder aquisitivo das famílias: 1º estrato (1,18%), 2º estrato (1,08%) e menor para o 3º (0,79%). No estrato 1 estão incluídas as famílias com renda média de R$ 377,49; o 2 engloba aquelas com rendimento médio de R$ 934,17 e no 3, aquelas que ganham em média R$ 2.792,90, em valores de junho de 1996.
Transportes
Além da Alimentação, a maior alta foi detectada no Transporte (1,07%). Os demais grupos apresentaram taxas inferiores à inflação, tais como: Habitação (0,55%), Educação e Leitura (0,13%) e Vestuário (0,18%); e outros, taxas próximas a zero. Apenas a Saúde (- 0,52%) apontou deflação em seus valores.
A taxa da Alimentação (2,47%) foi muito acentuada, contribuindo com 0,69 pp. no cálculo da inflação. Os subgrupos que mais aumentaram seus valores foram: produtos in natura e semielaborados (4,06%) e produtos da indústria alimentícia (1,62%), os quais agravaram o resultado do ICV de outubro em 0,66 pp. A alimentação fora do domicílio (0,62%) foi o subgrupo com a menor variação em seus preços.
Inflação Acumulada
Nos últimos 12 meses, de novembro de 2009 a outubro de 2010, o ICV apresentou alta de 5,85%. Ao se considerar os diferentes estratos, as taxas anuais são decrescentes com a renda familiar: 1º (6,37%), 2º (6,16%) e 3º (5,58%).
Neste ano, a inflação acumulada é de 5,14%, as taxas por estrato apontaram comportamento semelhante à taxa anual, ou seja, decrescente com o poder aquisitivo: 1º (5,76%), 2º (5,51%) e 3º (4,81%).
Inflação anual dos Alimentos
Desde o início de 2010, de janeiro a maio, os alimentos pressionaram a inflação, com alta de 5,24%. No trimestre de junho a agosto sua taxa caiu acentuadamente, apresentando deflação da ordem de -1,57%.
Porém, nos meses que se seguiram, setembro e outubro, os preços dos alimentos voltaram a subir de forma significativa, atingindo uma inflação no bimestre de 3,53%.
Fonte: Dieese