Raúl Castro anuncia Congresso do Partido Comunista para 2011

Durante ato do décimo aniversário da assinatura do Convênio Integral de Cooperação entre Cuba e Venezuela, o presidente disse que o Congresso não se resumirá apenas a uma reunião de delegados, mas terá um processo prévio de discussões dos militantes e de toda a população sobre as linhas que deverão ser adotadas.

O Congresso, que não acontece desde 1997, coincidirá com o aniversário de 50 anos da vitória frente à invasão da Baía dos Porcos, em 1961, e da proclamação do caráter socialista da revolução cubana. "Esse será o Congresso de todo o povo, que participará na adoção das decisões fundamentais", disse Raúl, destacando que a batalha econômica depende da existência da revolução. Ele acrescentou que a unidade entre os revolucionários foi o que permitiu que ela chegasse onde está e continue aperfeiçoando o socialismo.

O governante da ilha anunciou que o projeto de delineamento da política econômica e social será publicado nesta terça, e começa de imediato um seminário nacional com os dirigentes e especialistas, para guiar a discussão em massa dos documentos.

Estes serão apresentados entre 15 e 30 de novembro em fóruns realizados em todos os municípios do país. Entre dezembro de 2010 e fevereiro de 2011, a população ainda poderá dar opiniões e sugestões que serão levadas em conta nos debates.

"A batalha econômica se constitui, hoje mais que nunca, na tarefa principal, no centro de trabalho ideológico dos quadros, porque disso depende a sustentabilidade de nosso sistema social", afirmou.

Raúl Castro também antecipou que depois do congresso, ainda em 2011, o Partido Comunista realizará sua primeira Conferência Nacional para tratar de "outros assuntos de caráter interno que também precisam ser aperfeiçoados à luz da experiência destes 50 anos".

Cooperação com Venezuela

No ato desta segunda, o presidente cubano disse que o convênio com a Venezuela é a base fundamental para a consolidação dos vínculos entre as nações. "Mediante sua execução, temos realizado ações de elevado benefício social e econômico para ambos os povos", colocou.

"Enquanto na América Latina avança o enfrentamento entre setores reacionários e conservadores, que defendem um modelo político e econômico dependente e explorador, por outro lado, avançam as forças revolucionárias e progressistas comprometidas com a justiça, a equidade e a independência dos povos da região", discursou Raúl, afirmando que, nesse contexto, as relações entre Cuba e Venezuela são exemplos de como devem ser os laços entre os povos.

Segundo ele, o esforço realizado nesses dez anos "nos compromete a continuar trabalhando em conjunto para avançarmos ao máximo em projetos comuns".

Raúl lembrou ainda que uma das diretrizes apontadas no projeto a ser debatido no congresso é a de priorizar a participação na Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América). "E trabalhar com celeridade e intensamente na coordenação, cooperação e complementação econômica, para a conquista e aprofundamento dos objetivos econômicos, sociais e políticos que promove".

Da Redação,
com Prensa Latina