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Governo deve propor mínimo de R$ 550; centrais pedem R$ 580

Em acordo com a presidente eleita Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer fixar em no máximo R$ 550 o valor do salário mínimo no próximo ano. Isso daria um aumento real de 2,2% – abaixo dos 7,7% reivindicados pelas centrais sindicais, que propõem um piso de R$ 580.

Na sexta-feira (12), em reunião na sede da CTB, as seis centrais sindicais decidiram fechar um fechar um discurso unificado para o mínimo a partir de 2011, dando continuidade à política de valorização iniciada no governo Lula. Nos últimos anos, o reajuste foi baseado no cálculo que leva em consideração o crescimento do PIB e a inflação do ano anterior.

Como em 2009 o PIB regrediu, as centrais sindicais, o governo e o Congresso Nacional vêm tentando nas últimas semanas chegar a uma nova fórmula para não prejudicar a evolução do reajuste. As centrais se basearam na projeção de crescimento do PIB para 2010, de 7,5%, para consolidar um novo cálculo. Com a previsão de inflação de cerca de 4,5%, tem-se uma soma de 13%, levando o mínimo aos R$ 580.

“Esse será o reajuste pelo qual lutaremos nas próximas semanas, junto aos deputados, aos ministros da área econômica e com quem for necessário em Brasília. Temos de manter os reajustes do salário mínimo e continuar a política iniciada pelo governo Lula”, explicou Wagner Gomes, presidente da CTB.

Já as equipes de Lula e Dilma avaliam que R$ 550 seria o valor mais aceitável do ponto de vista fiscal, sinalizando ao mercado financeiro que haverá uma busca de controle dos gastos públicos. Os dois orientaram suas equipes, antes da viagem à Coreia do Sul, a barrar projetos no Congresso que possam comprometer a meta de superávit primário de 3,3% do PIB (Produto Interno Bruto).

Na terça-feira (16), o Congresso deve começar a votar a proposta inicial, que aumenta para R$ 538 o atual salário (R$ 510). A expectativa das centrais é que, em 2011, haja uma antecipação do índice previsto para 2012. A proposta original do governo não contempla sem aumento real, já que a economia não cresceu em 2009.

A estratégia do governo é aprovar o valor de R$ 538,15 na votação do relatório preliminar na Comissão de Orçamento. Em seguida, abriria negociações com as centrais com base nesse valor, já que Lula não quer deixar o governo com "zero de reajuste real".

Dilma, que retorna neste sábado (13) da Coreia do Sul com Lula, pretende formalizar a regra atual, aprovando projeto no Congresso. A ideia é incluir um mecanismo prevendo a compensação de reajuste real em anos em que não haja crescimento econômico.

Da Redação, com agências