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Madri faz grande manifestação contra “ocupação ilegal” no Saara

Milhares de pessoas marcharam neste sábado (13) em Madri, na Espanha, contra o violento desmantelamento pelas forças marroquinas de um campo sarauí, em El Aaiún. Os manifestantes pediram ao governo de Espanha uma atitude “clara e firme” contra a “ocupação ilegal” da parte de Marrocos no Sahara Ocidental.

“O apoio de quase todos os países do mundo a Marrocos – especialmente da França, da Espanha e dos Estados Unidos – dá a Rabat o direito a fazer o que quer com o povo. Não podemos esquecer que se trata de um território ocupado e que estão fazendo o que querem sem que ninguém os condene. Mas há pessoas a serem assassinadas”, denunciou o ator espanhol, Javier Bardem, que liderou os protestos.

Na segunda-feira, as autoridades marroquinas massacraram um acampamento em El Aaiún, onde milhares de sarauís protestavam há cerca de um mês contra as más condições de vida. A Frente Polisário – que defende a independência do território – denuncia a morte de 21 sarauís, mais de 159 desaparecidos e centenas de feridos.

No ato em Madri, foram queimadas bandeiras do Marrocos e proferidos gritos de condenação ao país pelo ataque. Entre os manifestantes – convocados pela Coordenadoria Estadual de Associações Solidárias ao Saara –, estavam lideranças de vários partidos e sindicatos, além de atores como Pilar Bardem, Rosa María Sardà e Eduardo Noriega.

No final da marcha, foi lido um manifesto que exige do governo espanhol a "cessação imediata" da venda de material bélico ao Marrocos. Os organizadores consideram que a Espanha, apesar de ter "abandonado unilateralmente suas responsabilidades", continua sendo a potência administradora do Saara Ocidental. Os manifestantes também pediram à ONU e à União Europeia uma "intervenção urgente" para evitar o "massacre" do povo saarauí e que seja feito um plebiscito de autodeterminação" no Saara.

Ainda neste sábado, várias centenas de saarauís se concentraram na frente da sede do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) na cidade argelina de Tindouf para pedir aos dirigentes da Frente Polisário "uma posição mais firme" e a "volta das armas".

Da Redação, com agências