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Cuba e EUA: O poder das artes

Quando uma direita retrógrada acaba de tomar por assalto o Congresso norte-americano e o núcleo anti-cubano conquista novos mandatos nesse ente legislativo, a esperança de uma melhor relação entre povos tão próximos anda de mãos dadas com as artes.

Por Randy Alonso Falcón

No dia 3 de novembro, assistimos à mágica apresentação do American Ballet Theater no Teatro Karl Marx, em Havana, com seus 5 mil lugares lotados. Nosso povo pôde ver em todo o país pela televisão o histórico evento da companhia nova-iorquina, a mesma que tornou mundialmente conhecida a grande Alicia Alonso. Um fato inédito em 50 anos.

Dois dias antes, no Teatro Mella, o New York City Ballet tinha mostrado suas qualidades a uma entusiasta e conhecedora audiência, educada pelo privilégio de ter em Cuba uma das mais renomadas companhias de balé do mundo.

Winston Marsalis e a Jazz Lincoln Center Orchestra já nos tinham mostrado quantas correntes culturais de ida e volta nos unem, em várias fabulosas atuações de outubro e um rico intercâmbio com nossos jovens das escolas de arte.

Os artistas cubanos também fizeram sua parte em Nova Iorque, Washington, Orlando, Los Ângeles. Chucho Valdés acaba de receber prêmios no Lincoln Center à altura de sua maestria. Também foram recebidos Silvio, Los Van Van, Puppy e outros. Omara e Eliades Ochoa levarão nas próximas semanas sua música aos norte-americanos, impedidos durante muito tempo de conhecer a arte diversa, rica, universal que se faz na “ilha proibida”, que ainda não podem visitar.

Escutando as palavras de Alicia Alonso recordando sua passagem pelo ABT; vendo o diretor artístico da companhia estadounidense dizer: “O balé é uma linguagem muito universal. Sua beleza e sua honestidade constroem pontes e consolidam relações”; sentindo ainda os aplausos numerosos do público ao final da apresentação e os que os próprios artistas norte-americanos tributaram a si e a Alicia quando as cortinas já estavam fechadas, reafirmei a convicção no poder das artes para unir os povos por cima do ódio que o bloqueio impôs e mantém; do ódio que alguns tratam de envenenar em Washington na contra-mão do sentimento da maioria dos cidadãos da nação do Norte.

Vimos a apresentação artística uma noite para ser sempre lembrada. Pensemos que a lógica e a racionalidade devem triunfar e que no futuro seja usual este encontro da arte e dos artistas de Cuba e dos Estados Unidos.

Fonte: CubaDebate