Manobras do império põem as duas Coreias ''à beira da guerra''
Pyongyang protesta contra exercícios navais de EUA e Coreia do Sul, que começam neste domingo (28) em meio à crescente tensão no Mar Amarelo
Publicado 27/11/2010 16:06
Os exercícios militares que Coreia do Sul e EUA realizarão a partir de amanhã colocarão a Península Coreana "à beira da guerra", afirmou ontem a Coreia do Norte, que ameaçou responder à altura caso sua soberania seja violada.
As manobras que o império pretende desenvolver na região marítima entre a Coreia e a China, com a cumplicidade do governo da Coreia do Sul, também foram condenadas por Pequim, que não vê com bons olhos a demonstração de força americana nas proximidades de suas águas territoriais.
Na quarta-feira, a China decidiu cancelar a visita que seu ministro das Relações Exteriores, Yang Jiechi, faria ontem à Coreia do Sul. Oficialmente, a razão apresentada foi a de "problemas de agenda", mas especialistas consideraram o gesto como um protesto contra os exercícios militares nas proximidades da costa chinesa.
Ontem, Yang se reuniu em Pequim com o embaixador da Coreia do Norte e conversou por telefone com a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e com o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul sobre a situação na região.
Situação tensa
A situação da região foi discutida ontem na segunda reunião do Diálogo Estratégico entre China e Brasil, criado em 2007 para trocar visões sobre questões regionais e globais. O representante chinês disse que a prioridade do país é evitar a escalada de violência na Península Coreana, conter os ânimos e promover a retomada das negociações em torno do programa nuclear da Coreia do Norte.
"Os chineses reconheceram que a situação é muito tensa e exige cuidado", disse sexta-feira (26), em entrevista ao Estado, a representante do Brasil no encontro, a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, que é subsecretária-geral de Ásia do Ministério das Relações Exteriores.
Pyongyang acusa Seul de ter iniciado o mais recente confronto na região, com lançamentos que atingiram águas territoriais disputadas por ambos os países. A Coreia do Sul reconhece os disparos, mas sustenta que eles não tinham por alvo a Coreia do Norte.
Com Estadao.com.br