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Trabalhadores ocupam as ruas da Irlanda neste sábado contra o FMI

Dezenas de milhares de irlandeses são esperados nas ruas de Dublin neste sábado em um protesto organizado pelo movimento sindical contra o Fundo Monetário Internacional.

A Irlanda foi o segundo país da zona do euro a capitular às pressões da Alemanha e fechar um acordo com o FMI, que envolve empréstimo de 85 bilhões de euros para o pagamento da dívida externa e um pacote econômico que impõe pesados sacrifícios à classe trabalhadora.

Crise do capitalismo

A crise da dívida na Europa constitui um desdobramento da crise mundial do capitalismo. Estalou na Grécia e avançou na direção de Portugal, Espanha (que tem a quarta maior economia da zona do euro) e outros países.

A cúpula da União Europeia acha que as receitas do FMI vão solucionar os problemas. Mas pressões de mercado já deram sinais de que a crise não vai arrefecer. O euro sofreu sua maior baixa contra o dólar em dois meses na sexta-feira (26).

Embora os detalhes do acordo com o FMI ainda não tenham sido divulgados, o que deverá ocorrer domingo (28), as medidas de ajuste fiscal impostas pelo Fundo, como se vê na Grécia, têm caráter recessivo e contribuem para debilitar ainda mais a economia, ampliando o desemprego, reduzindo a taxa de consumo e obstruindo a recuperação da produção.

Ajuda aos banqueiros

Daí a crise, que agora transborda do plano econômico para a arena política não apenas na Irlanda, mas em toda a Europa. Portugal foi convulsionado pela maior greve geral de sua história na terça-feira (23). O governo social-democrata do país sofre forte pressão para fechar um acordo com o FMI, mas reluta, temendo o protesto popular. A Espanha vive o mesmo dilema.

O dinheiro do FMI e da UE não será canalizado para investimentos produtivos e combate ao desemprego, não será usado em benefício do povo. Vai direto para o bolso de banqueiros alemães e franceses em pagamento de juros. Há uma crescente consciência disto entre os trabalhadores e protestos massivos se multiplicam pelo velho continente.

O drama ainda está longe do fim, mas a crescente resistência da classe trabalhadora, a quem governos a serviço da oligarquia financeira cobram a salgada conta da crise do capitalismo, pode forçar um desfecho que não está no script do imperialismo europeu.

Da redação, Umberto Martins, com agências