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Embaixadas funcionam como centros de espionagem dos EUA

As embaixadas dos Estados Unidos na América Latina funcionam como centros de vigilância por ordens do Departamento de Estado, segundo revelaram os documentos secretos publicados no domingo (28) pelo site WikiLeaks, que revelam os "esforços" de Washington em isolar diplomaticamente o presidente venezuelano e pedem informações sobre a saúde mental da presidente argentina.

Segundo revelam os 250 mil documentos vazados pelo site, alguns comunicados revelam os "esforços para cortejar países da América Latina para isolar o venezuelano Hugo Chávez".

Das 251 mil mensagens reveladas pelo WikiLeaks, 4.155 se referem à Venezuela, apontou o jornal britânico The Guardian.

Do mesmo modo se menciona nos documentos "as suspeitas que a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, desperta em Washington, a ponto de que a Secretaria de Estado chega a pedir informações sobre seu estado de saúde mental".

Em todos os documentos, estão em evidência "as pressões permanente que se exercem sobre os diferente governos, desde o Brasil à Turquia, para favorecer os interesses comerciais ou militares dos Estados Unidos".

O comportamento de algumas embaixadas é quase de caso de polícia, e a solicitação do Departamendo de Estado a sua embaixada em Assunção é uma exemplo disso, acumulando dados físicos dos aspirantes à presidência do Paraguai nas eleições de abril de 2008.

Uma das mensagens publicados contém dados biométricos, impressões digitais, fotografias, escanerização de íris, dados do ADN e "outras singularidades" da então ministra da Educação, Blanca Ovelar, do ex-vice-presidente Luis Alberto Castiglioni, do ex-general Lino Oviedo e de Fernando Lugo, atual presidente.

A Secretaria de Estado solicita informação a sua delegação em Assunção sobre a corrupção oficial, a lavagem de dinheiro, as relações do Paraguai com a Cuba, Venezuela, China, Taiwan e Rússia.

Um ponto que chama a atenção é a soicitação de informação sobre a existência de jazidas de hidrocarburetos na região do pantanal paraguaio.

Da mesma forma, solicita-se informação sobre a construção de mesquitas no país, que faz fronteira com Argentina, Brasil e Bolívia.

A informação desejada pelo Departamento de Estado alcança todos os aspectos da política, da economia e das relações sociais latino-americanas.

Reações

A correspondente da TeleSur em Washington, Aurora Sampeiro, reportou que o governo e os cidadãos dos Estados Unidos reagiram de modo diverso diante da revelação de mais de 250 mil documentos.

Segundo a correspondente, o feriado de Ação de Graças comemorado no fim de semana teve influência na velocidade de resposta dos cidadãos, que tendem à passividade ante os temas políticos do país, e geralmente adotam a versão oficial de seu governo.

"Neste domingo recebemos comunicados do Pentágono, da Casa Branca e do Departamento de Estado dirigidos a reverter os danos que o vazamento teoricamente ocasionou aos Estados Unidos, que já vinha fazendo comunicados tentando antecipar a publicação dos arquivos secretos, dizendo que os documentos eram falsos".

A diferença fundamental, segundo Aurora, entre os primeiros vazamentos da WikiLeaks e o atual, é que pela primeira vez foram revelados assuntos que envolvem outros países em relação à política externa dos EUA.

Da redação, com agências