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Novidades na montagem ministerial; Bernardo vai para Comunicações

A 15 dias do prazo que estabeleceu para a montagem do seu governo, a presidenta eleita Dilma Rousseff resolveu acelerar a escolha dos ministros do restante da Esplanada. Além de acertar com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), a nomeação de Sérgio Côrtes na Saúde, ela definiu o nome de Paulo Bernardo para as Comunicações. Nas últimas horas, também ganhou força a permanência de Fernando Haddad na Educação.

Três fontes diferentes confirmaram ao portal iG a transferência do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para as Comunicações. O ministério, porém, é comandado há seis anos pelo PMDB. Por isso Dilma precisa acertar com o partido como será feita a contrapartida. Os peemedebistas sonham emplacar um nome nas Cidades para compensar a perda nas Comunicações. Nesse caso, o mais cotado é Moreira Franco, dirigente nacional do PMDB.

O nome de Paulo Bernardo para as Comunicações vem sendo gestado desde a semana passada, quando ele próprio confirmou ter sido convidado por Dilma para permanecer no governo. Contudo, na oportunidade, não foi revelada qual pasta ele assumiria.

Além das Comunicações, Paulo Bernardo surgiu como opção para as Cidades. A pasta é comandada, desde 2005, pelo PP. O partido, contudo, não apoiou Dilma oficialmente durante a campanha. A presidenta eleita chegou a estudar a divisão do ministério em duas partes: o Saneamento seria mantido pelo PP e a Habitação, com o programa Minha Casa Minha Vida, ficaria com o PT.

No entanto, agora o mais provável é que a pasta das Cidades fique com o PMDB para compensar a pasta das Comunicações. Apesar de brigar por seu espaço nas Comunicações, o PMDB do Senado quer mesmo é manter o comando do Ministério de Minas e Energia. O principal objetivo é promover o retorno do senador Edison Lobão (PMDB-MA) ao comando da pasta. Ele também havia saído do cargo para disputar a eleição em outubro. Reeleito para mais um mandato no Senado, tem o apoio de Renan Calheiros e José Sarney para voltar para a Esplanada.

Todos os postos que o PDMB almeja são ligados à infraestrutura e gerenciam parte considerável do orçamento da União.

Educação e Desenvolvimento

Em meio às definições de espaços entre os aliados, o ministro Fernando Haddad também aparece com força para ficar na Educação. Parte da imprensa tentou desqualificar sua gestão a partir dos problemas localizados ocorridos no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). No entanto, o governo não avalia seus ministros com base na "avaliação" da imprensa e reconhece em Haddad um ótimo nome para continuar à frente do Ministério da Educação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é até agora a pessoa que tem mais influenciado Dilma na escolha dos ministros do próximo governo, apoia a ideia.

Além da especulação sobre o nome da Haddad, o do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) também surge como cotado para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Segundo fontes da imprensa, Dilma pretendia convidar o empresário Jorge Gerdau para a pasta do Desenvolvimento. Os dois são próximos desde que ela ocupava a Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul. Mas parece que Gerdau declinou do convite.

Porém, seu nome continua na lista dos ministeriáveis. Dois outros destinos são agora analisados: a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e o comando do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido por "Conselhão". Gerdau já é um dos membros desse fórum de assessoramento do presidente, criado para discutir e formular políticas de desenvolvimento para o país. No passado, Jorge Gerdau chegou a integrar uma lista de Lula para assumir o MDIC, proposta também recusada por ele por alegar conflito de interesses.

Pessoas ligadas a Dilma o definem como "o ministro de seus sonhos". Na campanha, pelo menos duas vezes em que passou por Porto Alegre, a então candidata se reuniu com ele. Nos discursos, ela também cita com frequência uma frase atribuída a Gerdau: "Meta que se cumpre é meta errada".

Das opções cogitadas por Dilma, a SAE está hoje nas mãos do diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, titular que deseja continuar à frente do cargo. Já o "Conselhão" funciona sob a chefia do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Até agora, Dilma já oficializou que Guido Mantega segue no Ministério da Fazenda, que Miriam Belchior, coordenadora do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), assumirá o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e que o atual diretor de Normas do Banco Central, Alexandre Tombini, comandará a instituição. Também já foram confirmadas as escolhas de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula, para chefiar a Casa Civil, e de Gilberto Carvalho, atual chefe de gabinete do presidente, para a Secretaria Geral da Presidência.

Com agências