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Dilma oficializa indicações de Palocci, Cardozo e Carvalho

A presidente eleita Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (3) que convidou o ex-ministro Antônio Palocci para a Casa Civil e o atual chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, para a Secretaria-Geral da Presidência. Ela convidou ainda o deputado federal e coordenador da transição, José Eduardo Cardozo (PT-SP), para o Ministério da Justiça.

Em nota, a presidente eleita orientou os ministros a trabalharem de forma integrada com os demais setores do governo para dar cumprimento ao seu programa de desenvolvimento, de distribuição de renda e garantia da estabilidade econômica. Na próxima semana, devem ser anunciados novos nomes para os ministérios do próximo governo.

A volta de Palocci

O ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci retorna ao governo federal depois que sua carreira foi atingida pelo chamado "escândalo do caseiro". Ele é hoje homem de bastidor que une habilidade política, discrição e o bom relacionamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para realizar articulações. Mas é também alvo de muitas críticas, entre elas a mais ouvida é sobre suas relações próximas demais com a turma do "capital financeiro". Por conta desta proximidade, ele costuma ser qualificado pelos críticos um petista-neoliberal.

Consultado em praticamente todos os temas da campanha e do governo de transição de Dilma, Palocci, 50 anos recém-completados, foi cotado para vários ministérios até ser confirmado na chefia da Casa Civil. 

A pasta, ao contrário do que ocorria até agora, não terá o papel de gestora dos principais programas do governo. Será uma pasta mais política e menos gerencial.

Carvalho é um dos conselheiros de Lula

Paranaense, Gilberto Carvalho é ex-seminarista, graduado em Filosofia e com especialização em gerenciamento público. Nos oito anos do governo Lula, atuou como chefe de gabinete do presidente e um dos seus principais conselheiros. Sob responsabilidade de Carvalho ficaram os despachos, as audiências, a programação de viagens, além do controle de toda a correspondência não oficial e do acervo de documentos pessoais de Lula.

Antes de chegar ao Palácio do Planalto, Gilberto Carvalho desempenhou diversas funções no PT, partido que ajudou a fundar. Foi, inclusive, secretário-geral da agremiação. Entre o final da década de 1990 e o começo dos anos 2000, trabalhou na prefeitura de Santo André (SP), onde ocupou os cargos de secretário de Governo e de Comunicação na gestão de Celso Daniel, morto em janeiro de 2002.

Gilberto Carvalho assume a secretaria-geral da presidência no lugar de Luiz Dulci. Na nova função, será responsável por elaborar a agenda da presidente, preparar material para pronunciamentos, além de cuidar do desenvolvimento de políticas públicas e temas de interesse da presidência e estudos de natureza político-institucional.

Outros nomes

Dilma já anunciou oficialmente sua equipe econômica. Ela manterá o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cargo, e indicou Alexandre Tombini para a presidência do Banco Central e Mirian Belchior para o Ministério do Planejamento.

Paulo Bernardo, à frente da pasta do Planejamento no governo Lula, deve ir para as Comunicações. Ele, porém, não confirmou a informação de que foi escolhido para a pasta.

Membros da equipe de transição afirmaram que Dilma ainda não se decidiu sobre o comando da Saúde. O secretário da pasta do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, chegou a ser confirmado no cargo pelo governador do Estado, Sérgio Cabral, informação que foi negada pela própria presidente. Côrtes, no entanto, ainda não foi descartado por Dilma e "sempre foi um dos nomes" considerados pela presidente para assumir o ministério.

Ainda há especulações de que Dilma confirmará os nomes de Edison Lobão para o Ministério de Minas e Energia e Wagner Rossi na Agricultura. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Antonio Patriota, atual secretário-geral do Itamaraty, irá chefiar a instituição, assumindo o cargo de ministro das Relações Exteriores, atualmente com Celso Amorim.

Para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Dilma teria convidado o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, segundo fontes do atual governo. Ainda conforme o jornal Folha de S.Paulo, a presidente eleita convidou o assessor internacional do governo de Lula, Marco Aurélio Garcia, a permanecer no Planalto.

Outro cargo que estaria próximo da definição é o de secretário da Receita Federal. Contando com o aval do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de Palocci, Carlos Alberto Barreto, presidente do Conselho Superior de Recursos Fiscais, deve ser o escolhido pela presidente eleita.

Uma fonte do Planalto afirmou também que o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), derrotado na eleição para o governo paulista, deve integrar o primeiro escalão e que o deputado Ciro Gomes (PSB) é outra aposta, uma vez que Dilma tem muito apreço por ele.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil.