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Futuro secretário da Presidência ressalta capacidade de Dilma

Em entrevista à TV Brasil, o próximo secretário da Presidência da República, Gilberto Carvalho, revelou que a presidente eleita Dilma Roussef usará a capacidade de manter a coesão e de trabalhar em equipe para compensar a falta de carisma em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Se ela (Dilma) não tem o mesmo carisma desse Pelé da política que é o presidente Lula, ela tem muita competência de gerenciamento, com forte capacidade de gestão e de trabalho em equipe", disse Carvalho, atualmente chefe de gabinete de Lula e que ocupará a Secretaria-Geral da Presidência da República a partir de janeiro.

De acordo com Carvalho, Dilma pediu que, na Secretaria-Geral, ele funcione como “sensibilizador” das demandas sociais, ouvindo as reivindicações dos movimentos e levando as cobranças e sugestões para a presidente.

Segundo Carvalho, a campanha eleitoral aproximou Dilma do povo e mostrou que a presidenta eleita consegue dialogar com a sociedade. “O contato com o povo se deu à medida que a campanha se desenvolveu. Ela se revelou capaz desse diálogo, dessa acolhida, desse afeto, ainda que não tenha o carisma de Lula”, acrescentou.

O novo secretário-geral diz que recebeu o convite de Dilma numa reunião na Granja do Torto. Os dois tinham se encontrado para discutir uma carta que a presidenta eleita escreveu ao papa Bento XVI e que Carvalho levará ao Vaticano.

"Ela me pediu que sempre diga a verdade quando as coisas estiverem difíceis e a alerte de todos os problemas", ressaltou. Carvalho, que substituirá Luiz Dulci, elogiou o atual comandante do órgão.

"Mesmo sem aparecer, ele (Dulci) prestou um serviço extraordinário ao governo nos oito anos do governo Lula", avaliou.

Para Carvalho, a relação com os movimentos sociais não será fácil, mas é necessária para manter um governo democrático de fato.

"O diálogo sempre é tenso. Afinal, são demandas importantes e muitas vezes acumuladas durante anos, até séculos", explicou.

A Secretaria-Geral da Presidência da República é responsável pela articulação do governo com as entidades sociais, organizando reuniões e conferências.

Apesar de a Casa Civil ter perdido a gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será repassada ao Ministério do Planejamento, Carvalho afirma que a pasta, que será comandada por Antonio Palocci, manterá a importância no próximo governo.

"A Casa Civil continua como coordenadora interna do governo. O dia a dia dos ministérios, o processo de tocar o governo permanecerá centralizado na Casa Civil", concluiu.

Com informações do Correio Brasiliense