ONU pede calma ao Haiti para evitar 'crise'
Em discurso na Assembleia Geral, Ban Ki-moon diz que irregularidades relacionadas às eleições parecem 'mais sérias do que se pensava.'
Publicado 05/12/2010 16:39
A Assembleia Geral da ONU analisou, nesta sexta-feira, a situação humanitária e política no Haiti. O país está enfrentando um surto de cólera que já matou 1,8 mil pessoas e contaminou mais de 80 mil. De acordo com a OMS, a doença pode atingir agora 650 mil pessoas nos próximos seis meses.
Num discurso, em Nova York, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, pediu calma aos haitianos para evitar, o que ele chamou de uma 'séria crise no país'.
Irregularidades
Ele também comentou a situação após as eleições de domingo, que segundo alguns candidatos presidencias teria sido alvo de irregularidades em algumas partes do Haiti.
Ban Ki-moon afirmou que apesar de alguns incidentes de violência e distúrbios não serem excepcionais no Haiti, já se sabe agora que as irregularidades parecem mais sérias do que se pensava.
Antes do surto de cólera, o Haiti sofreu os efeitos da passagem do furacão Tomas, 10 meses após o terremoto de 12 de janeiro, que deixou mais de 1,3 milhão de pessoas desabrigadas.
Numa entrevista à Rádio ONU, duas semanas antes das eleições haitianas, o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, disse que apesar das preocupações com a situação humanitária, o Brasil acredita em progressos na ilha caribenha.
"Vemos com otimismo as perspectivas de estabilização do Haiti, de retomada de um desenvolvimento que beneficie a população como um todo que se portou de maneira exemplar e heroica depois do terremoto de 12 de janeiro desse ano", afirmou.
Durante a sessão desta sexta-feira, na Assembleia Geral, a embaixadora do Brasil, Maria Luiza Ribeiro Viotti, voltou a elogiar a resistência do povo haitiano para enfrentar o surto de cólera.
Em sua mensagem, Ban Ki-moon reforçou o apelo para que a comunidade internacional ajude o país. Ele afirmou que vidas estão em jogo, e que a doença está se espalhando rapidamente com o dobro da intensidade esperada.
Ban também pediu que qualquer reclamaçõ sobre o processo eleitoral deve ser feita de maneira pacífica. Segundo ele, líderes políticos devem colocar o interesse nacional antes de suas ambições partidárias.
Fonte: Rádio das Nações Unidas