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ONU pede calma ao Haiti para evitar 'crise'

Em discurso na Assembleia Geral, Ban Ki-moon diz que irregularidades relacionadas às eleições parecem 'mais sérias do que se pensava.'

A Assembleia Geral da ONU analisou, nesta sexta-feira, a situação humanitária e política no Haiti. O país está enfrentando um surto de cólera que já matou 1,8 mil pessoas e contaminou mais de 80 mil. De acordo com a OMS, a doença pode atingir agora 650 mil pessoas nos próximos seis meses.

Num discurso, em Nova York, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, pediu calma aos haitianos para evitar, o que ele chamou de uma 'séria crise no país'.

Irregularidades

Ele também comentou a situação após as eleições de domingo, que segundo alguns candidatos presidencias teria sido alvo de irregularidades em algumas partes do Haiti.

Ban Ki-moon afirmou que apesar de alguns incidentes de violência e distúrbios não serem excepcionais no Haiti, já se sabe agora que as irregularidades parecem mais sérias do que se pensava.

Antes do surto de cólera, o Haiti sofreu os efeitos da passagem do furacão Tomas, 10 meses após o terremoto de 12 de janeiro, que deixou mais de 1,3 milhão de pessoas desabrigadas.

Numa entrevista à Rádio ONU, duas semanas antes das eleições haitianas, o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, disse que apesar das preocupações com a situação humanitária, o Brasil acredita em progressos na ilha caribenha.

"Vemos com otimismo as perspectivas de estabilização do Haiti, de retomada de um desenvolvimento que beneficie a população como um todo que se portou de maneira exemplar e heroica depois do terremoto de 12 de janeiro desse ano", afirmou.

Durante a sessão desta sexta-feira, na Assembleia Geral, a embaixadora do Brasil, Maria Luiza Ribeiro Viotti, voltou a elogiar a resistência do povo haitiano para enfrentar o surto de cólera.

Em sua mensagem, Ban Ki-moon reforçou o apelo para que a comunidade internacional ajude o país. Ele afirmou que vidas estão em jogo, e que a doença está se espalhando rapidamente com o dobro da intensidade esperada.

Ban também pediu que qualquer reclamaçõ sobre o processo eleitoral deve ser feita de maneira pacífica. Segundo ele, líderes políticos devem colocar o interesse nacional antes de suas ambições partidárias.

Fonte: Rádio das Nações Unidas