Aliança PT e PMDB pelo comando no Congresso encontra obstáculos
Em processo avançado na escolha dos nomes para a futura equipe ministerial do Governo Dilma Roussef, os partidos agora concentram força na disputa pelas presidências da Câmara e do Senado. Eles se movem no tabuleiro político diante de uma realidade concreta: a força do bloco PT-PMDB para disputar o comando das duas Casas. Outras siglas se articulam para não serem ofuscadas e perderem espaços, inclusive com a possibilidade de candidaturas alternativas.
Publicado 08/12/2010 17:13
O processo encontra-se em estágio avançado. Fruto do entendimento com os peemedebistas, o PT marcou para a próxima terça (14) a escolha do candidato que vai disputar a Presidência da Câmara.
Dono da maior bancada (88 deputados), a sigla pretende presidir a Casa no biênio 2011-2012. Já o PMDB, a segunda bancada (78 parlamentares), indicará o candidato do biênio seguinte na próxima legislatura.
São candidatos do PT o atual líder do governo, Cândido Vaccarezza (SP), o primeiro-vice da Casa, Marco Maia (RS) e Arlindo Chinaglia (SP), que presidiu a Câmara no biênio 2007-2008.
“Avançamos muito no debate e na construção de um nome da bancada. Temos maturidade para, dentro da nossa diversidade, escolher aquele que melhor representará o partido para presidir a Câmara”, disse o líder Fernando Ferro (PE) ao site do PT.
No Senado, o atual presidente José Sarney (PMDB-AP) é cotado pata continuar no cargo pelos próximos dois anos.
Reação ao bloco PT-PMDB
Para não serem ofuscadas nesse processo, outras siglas também se articulam. É o caso do PSB, PDT, PCdoB e PRB que pretendem atuar juntos a fim de ocupar mais espaço nas instâncias decisórias. Caso seja consolidado a coalizão, o chamado bloco de esquerda terá na próxima legislatura 85 deputados.
Com a adesão ao bloco do PV e PMN, o grupo pode chegar a 104 parlamentares na Câmara. Líderes desses partidos já promoveram alguns encontros e esperam bater o martelo até o final de janeiro.
Entretanto, o que mais atormenta o bloco PT-PMDB é possibilidade da formação de uma aliança ainda mais ampla em torno desses partidos como já vem sendo cogitado por alguns articulistas.
Na coluna Panorama Político do Globo, o jornalista Ilimar Franco diz que o “ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB-SP) está se articulando para concorrer à Presidência da Casa”.
Segundo o colunista, a candidatura tem “a simpatias do PSB e PDT” e os partidos de oposição PSDB e DEM estão sendo sondados. Trata-se de uma aliança que viria colocar em xeque o favoritismo do bloco PT-PMDB.
A proporcionalidade na distribuição das relatorias de projetos importantes, segundo a coluna, estão na pauta das negociações.
“Está aí o exemplo da eleição de Severino Cavalcanti para provar que, somando boa articulação, ofertas interessantes às pessoas certas e a sorte de existir confusão do lado adversário, é possível um azarão vencer a disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados”, lembrou o articulista.
De Brasília com informações de Agência