Na despedida de Lula do Mercosul, Venezuela saúda integração

“Estamos convencidos de que a integração latinoamericana vive tempos novos, tempos de mudança, tempos revolucionários, tempos decisivos”, afirmou a vice-ministra para a América Latina e Caribe do Ministério do Poder Popular para as Relações Internacionais, Maria Jacqueline Mendoza, que liderou a comitiva venezuelana.

O presidente Hugo Chávez não pode comparecer ao evento por conta dos graves danos causados na Venezuela pelas chuvas das últimas semanas, que deixaram 140 mil desabrigados.

Em elogio ao Mercosul, à Unasul (União das Nações Sulamericanas), à Celac (Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos) e à Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), a vice-ministra utilizou-se de uma citação do Libertador Simon Bolívar para resumir o momento político pelo qual passa o subcontinente: “A unidade de nossos povos não é uma simples quimera dos homens, mas um decreto inexorável do destino”.

“Hoje, vivemos uma concorrência dura por conta da criação de blocos geoeconômicos e geopolíticos por todo o planeta, e da política de globalizar os custos e privatizar os benefícios da economia mundial. Dar às costas a essa realidade é um erro que pode nos custar muito caro”, destacou a vice-ministra.

A presidência do Mercosul foi transmitida para o Paraguai, único país do bloco a ainda não aprovar a entrada da Venezuela como integrante plena. Em seu discurso de posse, o presidente Fernando Lugo destacou que uma de suas missões à frente do bloco será ampliá-lo, para que mais nações passem a integrá-lo e este seja, de fato, um representante regional com capacidade de competir na economia mundial.

Cristina Kirchner, presidenta da Argentina, também ressaltou durante o evento de posse de Lugo que a entrada da Venezuela é muito importante para a região. “Seria a oportunidade para discutirmos a sério a nossa questão energética, uma vez que a Venezuela é muito rica em combustível, assim como outros países vizinhos”, destacou.